Simplesmente espetacular Simplesmente espetacular ISA/ Tim Mckenna terça-feira, 06 agosto 2024 02:24

Kauli Vaast e Caroline Marks ganharam o Ouro Olímpico

Umas Olimpíadas que ficam para a História

 

O dia das grandes decisões começou com as meias finais da categoria masculina, com o heat entre o francês Kauli Vaast e o peruano Alonso Correa.

Dois grandes tube riders, porém as notas foram bastante baixas devido à escassez de ondas tubulares ou com potencial para grandes pontuações. Talvez por isso a diferença tenha sido apertada e as hostes taitianas tremeram um pouco com a possibilidade do seu local hero ficar de fora da disputa pela medalha de Ouro.

 

O apoio das gentes do Tahiti ao idolo local Kauli Vaast foi uma constante ao longo do campeonato.

 

Na outra meia final estiveram em disputa, Jack Robinson e Gabriel Medina. Foi um heat com pouca estória e apenas quatro ondas, três para o Jack e uma para o Medina. O resultado final foi 12.33 para o Jack Robinson e 6.33 para o Gabriel Medina.

 

Gabriel Medina apreensivo, depois de perder a hipótese de disputar o Ouro Olímpico.

 

De seguida, entraram as meias finais da categoria feminina, com o heat entre a francesa Johanne Defay e a americana Caroline Marks. A francesa tomou a liderança do heat desde o inicio, através de manobras potentes, mas a Caroline teve o condão de encontrar um tubo, que lhe permitiu fazer a nota mais alta o heat, 7 pontos, exactamente a pontuação que necessitava, em rigor, para empatar o heat, ficando ambas as surfistas com um score final de 12.17, mas passou a americana porque fez a onda mais pontuada.

A outra meia final foi disputada entre a brasileira Tatiana Weston-Webb e a costa riquinha, Brisa Hennessy. O heat decorria dentro da normalidade, com poucas ondas, quando a Brisa, ao tentar apanhar a sua segunda onda, foi naife e fez uma interferência difícil de entender, aliás, a Tatiana conseguiu enganar a Brisa, remando para a onda duma forma que dava a entender que não estava interessada, mas à ultima da hora, dropou, colocando automaticamente a costa riquenha na posição de interferência. Foi um erro crasso, sem ponto de retorno, escancarando as portas da final para a disputa da medalha de Ouro para a Tatiana. A partir dai, a brasileira limitou-se a gerir o heat, embora a Brisa tenha continuado a tentar o impossível.

 

Brisa Hennesy tentou reparar um erro que lhe custou muito.

 

O heat seguinte foi para determinar o vencedor da medalha de Bronze, entre o peruano Alonso Correa e o brasileiro Gabriel Medina. Foi o heat mais disputado de todo o dia com os dois surfistas a fazerem muitas ondas. O peruano tomou a iniciativa o heat, abrindo o marcador com um tubo avaliado em 6.83 pontos. Durante algum tempo ficou a sensação que o Alonso podia levar para casa a medalha de Bronze, mas o Medina “acordou” e começou a fazer das suas, com rasgadas ultrarradicais e alguns tubos relativamente profundos o que lhe permitiu ganhar a medalha de Bronze com uma pontuação de 15.54 contra 12.43 do peruano. No final do heat, durante a entrevista, o Gabriel Medina mostrou-lhe muito contente, realçando a importância de ganhar uma medalha Olímpica.

 

Alonso Correa demonstrou em elevado ritmo competitivo ao longo e todo campeonato, superando as expectativas.

 

Sem demoras, o heat para atribuir a medalha de Bronze para a categoria feminina entrou em acção, com a francesa Johanne Defay e a costa riquenha Brisa Hennnesy. Foi um heat sem grandes tubos, com a francesa a manobrar forte e confiante, ao passo que a Brisa pareceu estar ainda abalada com forma como tinha perdido o heat anterior e sem conseguir encontrar os tubos nem impressionar nas manobras. Desta forma o resultado final foi 12.66 para a Johanne e 4.93 para a Brisa, com a atribuição da primeira medalha Olímpica para o Surf francês, un petit apéro para o que estava para chegar, a avassaladora exibição do local hero, Kauli Vaast e a primeira medalha de Ouro para o Surf francês. Esta foi a jornada mais brilhante da história do Surf francês. BRAVO!!!

 

Johanne Defay a entubar, rumo à glória.

 

Johanne Defay radiante com a maior conquista da a sua carreira, medalha Olímpica de Bronze.

 

A final masculina começou lenta e só passados 10 minutos os surfistas apanharam as primeiras ondas e que ondas, um set, dois tubos, um para cada um dos surfistas, mas o tubo do Kauli foi muito superior ao do Jack, sendo avaliado em 9.5 pontos contra os 7.83 do Robinson.

 

O australiano Jack Robinson, ganhou a medalha de Prata, melhorando o registo do seu conterrâneo, Owen Wright, que ganhou a medalha de Bronze em 2020 

 

Passsado menos de um minuto o Kauli voltou a fazer das suas, sacando outro tubo incrível, resolvendo a situação a seu favor, com um 8.17. E assim foi a final, com três ondas apenas.

Pouco ou nada há a fazer contra o Kauli na sua onda, Teahupo’o. O domínio avassalador do jovem taitiano ficou bem evidente e quanto maiores são as ondas, mais o genial Kauli Vaast se destaca. Poucos surfistas do World Tour se arriscam a fazer as ondas de tow in que o Kauli Vaast faz com a maior das descontrações.

Na semana anterior ao início competição entrou um dos maiores swell que há registo em Teahupo’o, o Kauli apanhou a maior onda do dia e fez o maior tubo alguma vez completado em Teahupo’o. Depois dessa surfada o Kauli, comentou que só fez essa onda, porque não queria arriscar uma lesão antes dos Jogos Olímpicos.

 

Ninguém consegue surfar em Teahupo'o com o Kauli Vaast e quanto maior, melhor!!!

 

Houve mais surfistas que se destacaram, inclusive o Gabriel Medina fez a onda mais pontuada e o heat com a melhor pontuação, mas ficou evidente que ninguém conhece tão bem aquela bancada de coral, ninguém consegue encontrar os tubos vindos do nada como o Kauli e poucos conseguem igualar a perícia com que domina aqueles tubos. Ele é o verdadeiro Rei de Teahupo’o e a medalha de Ouro ficou muito bem entregue.

 

O Rei de Teahupo'o, Kauli Vaast, indiscutível campeão Olímpico, com todo o mérito. 

 

 Para terminar as Olimpíadas do Surf 2024, teve lugar a final para atribuir a medalha de Ouro para a categoria feminina entre a brasileira Tatiana Weston-Webb e a americana Caroline Marks. Demorou bastante até as surfistas começaram a fazer as primeiras ondas e com pontuações descartáveis, até que a 15 minutos do fim, a Caroline encontrou a melhor onda do heat, um tubo recompensado com 7.5 pontos.

A Tatiana até ao momento tinha apenas 0.76 pontos e começou a tentar alterar a situação, conseguindo fazer na melhor onda um tubo muito à porta, completando uma manobra, voltando à disputa, com 5.83 pontos.

Entretanto a Caroline conseguiu melhor a sua segunda onda, mas ficando tudo em aberto, quase até ao final, quando a Tatiana fez sua última onda, precisando 4.68 pontos. A onda não deu para entubar, mas tentou alcançar a nota através de manobras. Os júris demoraram algum tempo para atribuir a nota, criando um suspense para lá do final do tempo regulamentar. A nota final foi 4.5, escapando assim o Ouro à Tatiana, sendo o resultado final 10.5 para a Caroline e 10.33 para a Tatiana. Desta forma a Caroline Marks conseguiu juntar ao actual título de campeã do Mundo, o título de campeã Olímpica. Melhor era impossível.

 

Muita classe da Tatiana nos tubos. A primeira surfista brasileira a ganhar uma medalha Olímpica, neste caso, de Prata.

 

 

Caroline Marks a ver o Ouro ao fundo do túnel, literalmente.

 

Extasse total da campeã Mundial e Olímpica, Caroline Marks. Tal como a sua conterrânea, Carissa Moore em 2020, conquistou o Ouro Olímpico, um exclusivo das americanas. 

 

Muitos parabéns aos grandes vencedores e a todos que participaram nestas Olimpíadas, que contribuíram para o sucesso deste campeonato e para a afirmação do Surf como Desporto Olímpico.

 

O pódio masculino.

 

O pódio feminino.

 

Até 2028, em Los Angeles!!!

 

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