Tensões em Teahupo'o resolvidas? Reportagem dá voz a algumas das preocupações dos locais
Nem todos os residentes reconhecem benefícios em receber os Jogos Olímpicos.
Durante meses, petições, protestos e reivindicações deram conta das preocupações da população local de Teahupo'o quanto à realização da modalidade de surf dos Jogos Olímpicos de Paris nesta que é uma das ondas mais icónicas do mundo. Em causa estava principalmente a torre de juízes que seria construída para o evento, que, segundo locais e ativistas ambientais, causaria danos ao ecossistema. Com a continuada garantia por parte do Comité Olímpico de que esta construção não seria nociva para o ambiente, o projeto avançou e os protestos foram perdendo gradualmente a força.
No entanto, foi lançada uma nova reportagem que reacende estas preocupações ambientais, e coloca o holofote sobre outras, mostrando que, ainda que haja residentes de Teahupo'o que reconheçam benefícios em receber o surf nos Jogos Olímpicos nas suas ondas, nem todos partilham esse sentimento.
"Estamos habituados à calma e à natureza", dizem dois locais. "Agora vemos caos e camiões por todo o lado". Outra local sente-se agradecida pelo trabalho extra que o evento trouxe, mas agora espera "que acabe rápido", para voltar a um ritmo de "menos stress e menos trabalho". Uma residente comenta que "uma parte mínima da população lucra com os Jogos Olímpicos", algo que a desiludiu. Por outro lado, há quem veja os pontos positivos: "O investimento económico é bom", pois traz pessoas e movimenta o comércio local.
Outra frustração da população local, segundo a reportagem, é que é necessária acreditação para se poder assistir de perto à ação, o que significa que uma boa parte da população fica barrada de testemunhar o evento ou de circular por determinadas zonas. A reportagem termina com a pergunta: quando o evento terminar, terá valido a pena?