A ISA publicou recentemente uma declaração onde explicou que tomou uma decisão incorrecta quanto à aceitação da nacionalidade da jovem surfista Erin Brooks que até então tinha vindo a representar o Canadá. O motivo é que, segundo a declaração, até ao dia de hoje a cidadania de Erin Brooks ainda não foi estabelecida. Como tal, Brooks está actualmente suspensa. 

Mas a ISA encontra-se agora numa situação complexa face à possibilidade de desclassificação de Erin Brooks. Essa realidade não teria apenas consequências para a surfista americana, e acabaria por afectar os resultados do 2023 Surf City El Salvador ISA World Surfing Games, que decorreu de 30 de Maio a 7 de Junho. 

No ranking de equipas, o Peru foi o vencedor da prova, com 3253 pontos. A França ficou em segundo lugar, com 3230 pontos - apenas 23 pontos de diferenças. Individualmente, a vitória feminina foi para Tatiana Weston-Webb, e Erin Brooks ficou em 2º. E é por isso que as coisas se complicam. Caso Brooks seja desclassificada, perderá os pontos que ganhou com a vitória e as restantes atletas da final subirão um lugar. Ora, as duas atletas em questão são Johanne Defay em 3º e Vahine Fierro em 4º, ambas francesas, que com a desclassificação de Brooks passariam a ocupar o 2º e o 3º lugar, respectivamente. Com isso, teriam pontos suficientes para que a França superasse o Peru no ranking de equipas e atingisse a vitória. 

A decisão final quanto ao futuro das equipas e atletas em questão está nas mãos da ISA, que tem uma decisão difícil a tomar. A não desclassificação de Brooks pode resultar numa descredibilização das regras da própria organização, e a sua desclassificação implica reverter uma conquista importante para o Peru por motivos que lhe são completamente alheios. Para a atleta de 15 anos, esta situação desestabiliza a sua possibilidade de competir nos Jogos Olímpicos.