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Filipe Toledo(BR) e Stephanie Gilmore(AUS) Campeões do Mundo de Surf 2022
Dia de emoções muito fortes em Trestles na California
Foi em ondas com boa formação de cerca de 1,5 metros que aconteceram esta quinta feira as finais do Championship Tour da World Surf League 2022.
Stephanie Gilmore teve um inicio de prova algo tremido em que esteve uma grande parte do 1º heat a perder para Brisa Henessy. A surfista da Costa Rica começou forte e tinha duas ondas na casa dos 7 pontos (em 10 possíveis), enquanto Stephanie, apesar de também ter uma onda a rondar o mesmo valor, cometeu alguns erros que a fizeram perder oportunidades. Foi já nos últimos momentos do heat que a surfista apanhou uma onda que lhe valeu 6.83 pontos, o suficiente para derrotar a sua adversária e avançar.
A partir daí ganhou ritmo, criando uma simbiose tal com as ondas de Trestles. Cruzou-se no segundo heat com uma Tatiana Weston-Webb forte, que fez uma melhor onda a valer 8 pontos, mas Stephanie conseguiu ser superior, e venceu com a sua melhor onda a valer 8.33 pontos. O seu melhor heat foi o 3º, em que fez duas ondas na casa dos 8 pontos e venceu contra Johanne Defay, que fez scores modestos em comparação com as outras competidoras.
Chegou então o momento de enfrentar a até então líder do ranking, Carissa Moore, no Best of Three. Stephanie venceu os dois heats que disputaram com claro destaque frente à sua adversária. No segundo heat, somou um total de 15.23 pontos (em 20 possíveis).
Stephanie Gilmore sagrou-se assim Campeã Mundial 2022, tendo competido e vencido todos os heats do dia. A atleta também fez história ao receber o seu 8º Título Mundial, quebrando o recorde de maior número de Títulos Mundiais obtidos por uma mulher no surf.
Stephanie Gilmore exaltou Carissa Moore
Após a sua vitória, Gilmore fez um comentário que, ao mesmo tempo que elogiava a sua adversária, colocava em causa o próprio formato que a permitiu vencer: "A Carissa Moore é a verdadeira campeã este ano". Isto porque Carissa esteve na liderança do ranking durante boa parte do ano e, se as finais decorressem no formato antigo, apenas Johanne Defay e Tatiana Weston-Webb poderiam matematicamente atingir os pontos necessários para assumir a liderança em uma etapa. O mesmo acontecia na categoria masculina: só Jack Robinson poderia ter alcançado Filipe Toledo no formato antigo.
O facto é que Stephanie Gilmore foi quem melhor soube fazer uso do formato existente, canalizando a sua vasta experiência e conseguindo o impressionante feito de derrotar todo o top cinco feminino num só dia.
WSL / Ryder
Italo Ferreira imparável
Na categoria masculina, o primeiro heat começou com alguma tensão entre Italo Ferreira e Kanoa Igarashi. Os surfistas lutaram pela prioridade durante algum tempo, e a falta de ondas na primeira metade do heat não ajudou a aliviar a tensão. Italo acabou por ser o primeiro a apanhar uma onda, e a partir daí o ritmo começou a acelerar. Igarashi começou por assumir a liderança, mas Italo deu a volta com um aéreo que lhe valeu 8.17 pontos, passando assim o heat.
De seguida, Italo cruzou-se com Ethan Ewing e deu-se um heat de scores algo mais modestos, do qual Italo saiu vencedor com um total de 13.10 pontos. No heat 3 esperava-o Jack Robinson. Tanto Italo como Robinson deixaram as melhores ondas para o fim. O australiano antigiu na sua última onda um 8.70 pontos, mas Italo, além de ter feito uma onda de 8.77, fez uma segunda de 7.33, e avançou para o Best of Three contra Filipe Toledo.
Tal como Stephanie Gilmore, Italo, que entrou nesta etapa em 4º lugar do ranking, teve que competir em todos os heats do dia, e vencer três deles seguidos para conseguir chegar à final. Tal como Stephanie, Italo tinha a missão de superar todo o top cinco masculino para ter a hipótese de ser Campeão Mundial. Quase conseguiu.
WSL / Nolan
Filipe Toledo coloca a cereja no topo do bolo
No Best of Three, Filipe Toledo mostrou-se muito motivado e conhecedor da onda de Trestles, derrotando por duas vezes seguidas Italo. No primeiro heat, as pontuações entre os dois foram relativamente próximas: Toledo fez duas ondas na casa dos 7 pontos e fez um total de 15.13, e Italo fez uma onda de 8 pontos e outra de 6.97, somando um total de 14.97. No segundo heat, Toledo dominou durante toda a bateria, culminando com as suas duas melhores ondas: 7.83 e 8.67. A última onda de Italo causou alguma dúvida e suspense nos momentos finais do heat, mas o 8.60 que fez não foi suficiente para destronar o adversário.
Depois de uma temporada brilhante, Filipe Toledo sagrou-se assim Campeão Mundial de Surf pela primeira vez na sua carreira. No seu discurso final, repetiu o mantra com que enfrentou os seus heats: "paz e poder". Falou sobre a importância da persistência, "que compensa no fim", e deixou um recado para casa: "Isto é pelo Brasil".
- Créditos fotos: Thiago Diz/World Surf League