Dirk Ziff - quem é o bilionário que sonha em inovar a WSL?
Quem é Dirk Ziff e o que fez ele pela WSL?
Com a sua crescente popularidade e a entrada nos Jogos Olímpicos, o surf é agora uma indústria que move mundos, com todas as suas vantagens e desvantagens. No meio de tudo isso, há a World Surf League, a maior entidade ligada ao surf competitivo no mundo, que só tem vindo a crescer conforme o desporto vai crescento - em 2021, a Rip Curl WSL Finals foi segundo dados públicos fornecidos pela própria WSL, o evento de surf mais assistido da história, com 6.8 milhões de visualizações no livestream e 11.3 milhões de interacções com o os conteúdos de vídeo.
Mas quem é o nome por trás desta entidade?
O caminho até à WSL
Dirk Edward Ziff nasceu em 1965, e herdou a fortuna familiar, juntamente com os irmãos, em 1994. O seu pai, William Ziff Jr. é o magnata responsável pelo império Ziff-Davis, que inclui revistas como Popular Aviation, PC Magazine e Car and Driver. Do lado materno, os seus avós receberam o título de "Justos entre as nações" por terem dado abrigo e arriscado a vida a salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Antes de se tornar dono da WSL, Ziff criou com os dois irmãos a Ziff Brothers Investments, que acabou por se dissolver em 2014, quando os irmãos começaram a investir individualmente. Também foi um dos membros fundadores, em 2006, da Robin Hood Foundation, uma organização focada no combate à pobreza em Nova Iorque. Ziff fazia parte da The Weinstein Company, mas cortou relações com a mesma em 2017, quando as alegações de assédio e agressão sexual começaram a surgir contra o co-CEO Harvey Weinstein.
Inovações na WSL - positivas ou negativas?
Dirk é dono da WSL juntamente com a sua mulher, a jornalista da Forbes Natasha Ziff. Em 2018, receberam o prémio de Waterman e Waterwoman do Ano pela Surf Industry Manufacturers Association, uma associação que representa mais de 300 marcas e empresas no mercado do surf. O papel do casal, contudo, ainda causa polarização entre a comunidade surfista - se, por um lado, a WSL tem crescido e isso tem trazido benefícios ao mundo do surf em geral, por outro lado há quem veja neste crescimento uma ameaça à essência do surf, afirmando que a busca pela audiência mainstream não compensa os sacrifícios feitos.
Dirk Ziff e Kelly Slater na cerimónia da SIMA. Foto: Hilleman
Quando recebeu prémio de Waterman do Ano, Dirk fez algumas considerações que podem servir para validar os argumentos dos dois lados. Falou sobre as diferenças fundamentais entre o surf e outros desportos de competição, como as incertezas horárias e o acesso gratuito, e perguntou, nestas condições, "quantos desportos seriam bem sucedidos hoje?". Falou também sobre o formato competitivo, que considera antiquado e um possível motivo de desinteresse para os fãs: "Em 2016, quando o John John conquistou o título em Portugal, a audiência em Pipeline caiu em quase 50%. Isso não é um grande drama desportivo (...). acredito que os nossos campeões mundiais devem ganhar o título na água" (note-se que estas declarações foram feitas antes do novo formato, em que o Título é decidido numa etapa final em que apenas os top cinco competem).
Neste discurso, Dirk prometeu que a WSL iria inovar. Desde então inovou, e as mudanças, que foram desde o QS até ao CT, dividiram opiniões. Veremos, a longo-prazo, que novidades mais chegarão, e quais as suas consequências positivas e negativas. Para Dirk, tudo o que for feito vem de um lugar de amor e admiração pelo surf, e da crença de que é um desporto "mágico", capaz de mudar vidas e "trazer mudanças positivas para o mundo, protegendo os oceanos através da nossa linguagem universal".