arqueólogos subaquáticos da Universidade de Alicante no local do tesouro arqueólogos subaquáticos da Universidade de Alicante no local do tesouro Universidade de Alicante sexta-feira, 24 setembro 2021 16:00

Mergulhadores amadores descobrem tesouro do Império Romano na costa de Espanha

Luis Lens e César Gimeno encontraram 53 moedas de ouro sem querer.

Luis Lens e Cesar Gimeno costumam passar as férias com a família em Xábia, Alicante, na costa mediterrânea de Espanha, onde praticam mergulho como hobby. Foi assim que, no passado mês Agosto, Lens encontrou, a sete metros de profundidade, o que inicialmente parecia ser uma moeda comum. Ao limpá-la, percebeu que afinal poderia haver ali algo de especial, e voltou a mergulhar, juntamente com Gimeno, até ao local onde a tinha encontrado. Voltaram à superfície com mais algumas moedas – moedas de ouro, do fim do Império Romano, entre os séculos IV e V.

“Trata-se de um dos maiores conjuntos da Europa com essas características”, segundo a reportagem do El País.

 

"Como um sonho de criança", diz Luis Lens

 

Lens e Gimeno retornaram três vezes ao local, agora acompanhados por especialistas em arqueologia submarina, da Universidade de Alicante, para descobrir o que afinal era um tesouro composto por 53 moedas. Encontraram também três pregos e restos deteriorados de chumbo, que possivelmente formaram em tempos o cofre onde estavam guardadas.

“É algo incrível”, disse Lens ao El País, “o sonho de toda criança de encontrar um tesouro”.

Os especialistas conseguiram ligar o achado aos imperadores Valentiniano I (3 moedas), Valentiniano II (7 moedas), Teodósio I (15 moedas), Arcádio (17 moedas) e Honório (10 moedas). Jaime Molina, catedrático de História Antiga da Universidade de Alicante e líder do grupo de especialistas responsável por esta pesquisa, explica que estes itens são, provavelmente, “ uma ocultação voluntária perante a chegada dos bárbaros” à costa da Península Ibérica, anunciando o medo pelo fim do Império Romano.

 

Algumas das 53 moedas de ouro achadas no fundo do mar em Xàbia. UNIVERSIDAD DE ALICANTE

 

 

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