Pai de Ítalo Ferreira fala do difícil percurso do campeão olímpico quarta-feira, 28 julho 2021 10:03

Pai de Ítalo Ferreira fala do difícil percurso do campeão olímpico

O primeiro surfista a ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos...
 
 
 
Italo Ferreira fez história ontem no Japão
 
O atual campeão mundial de surf, Ítalo Ferreira fez história ontem em Tsurigasaki Beach, no Japão. O surfista brasileiro venceu a Final da competição de surf olímpica contra o japonês Kanoa Igarashi tornando-se o primeiro surfista na história da modalidade a vencer uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.
A sua conquista deixou fãs de todo o mundo em êxtase, principalmente os fãs brasileiros que viram a bandeira do seu país no pódio do maior evento desportivo mundial. 
 
 
 
Foto: ISA / Ben Reed
 
 
 
 
Pai de Ítalo diz em entrevista que o percurso de Ítalo ao topo mundial foi difícil
 
O percurso de Ítalo Ferreira ao topo mundial não foi fácil. O surfista brasileiro, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial da WSL, aprendeu a surfar na tampa de uma caixa térmica de um metro de comprimento que o seu pai costumava transportar para vender em restaurantes na Baía Formosa, uma pequena cidade costeira no norte do Brasil. Depois de passar para uma prancha de surf a sério, o progresso inicial de Ítalo foi notado e depois nutrido por Jadson André e pelo célebre olheiro e técnico Luiz “Pinga” Campos.
Segundo o pai de Ìtalo, o atleta foi discriminado no início da sua carreira desportiva devido às suas origens, mas o seu foco e determinação acabaram por o levar ao topo do surf mundial em 2015, ano em que se juntou à elite mundial para competir no Championship Tour. Quatro anos mais tarde, o surfista conquistou o título de campeão mundial de surf e ontem conquistou mais um importante marco na sua carreira ao tornar-se o primeiro surfista campeão olímpico.
 
 
 
 
As palavras de Luizinho, pai de Ítalo Ferreira
 
“No início foi difícil. É desse jeito. Sem patrocínio, eu não podia dar muito, mas o pouco que eu tinha, eu dividia. Às vezes não tinha dinheiro para pagar as inscrições e usava o dinheiro do peixe. Deixava de comprar o peixe, mas ele ia para o campeonato. Eu levava ele, o pessoal negava patrocínio. Interior, você sabe como é: você está com uma pessoa e não com outra e tem uma perseguição. Mas não levamos isso em conta, seguimos em frente, a família abraçou o projeto e deu certo.
“No início, ele pedia ajuda aos tios, tias, à minha família, à família da mãe para ir aos campeonatos, mas nunca desistiu. Ele chegou a querer desistir porque o pessoal discrimina muito o Nordeste. Por ser nordestino, no início, às vezes ele tirava uma nota 7 e o pessoal dava 6. Agora todo mundo quer estar perto, então dão as notas que ele faz. Os juízes soltam as notas”.
 
 
 
 

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