ESCASSEZ DE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO DE PRANCHAS DE SURF ATINGE A AUSTRÁLIA
Pela primeira vez neste século, a procura superou a oferta...
A atual pandemia de covid tem tido um forte impacto económico a nível mundial. Enquanto vários sectores, como a indústria hoteleira e a restauração, lutam por sobreviver à crise, outros têm vindo a prosperar, como é o caso da indústria do surf na Austrália.
O boom do surf no país é um reflexo dos tempos que vivemos. Durante o confinamento foram várias as restrições implementadas, tendo grande parte dos desportos sido proibida. O surf, como desporto individual praticado ao ar livre, tornou-se assim mais apelativo e a procura por pranchas tem sido uma constante.
Prova disso é a escassez de blocos de foam e diisocianato de tolueno (TDI), um dos principais produtos químicos usados em pranchas de poliuretano.
A Surfblanks, fabricante de foam para pranchas de surf, tem dado prazos de entrega de 10 semanas, como contou o shaper Jed Done à Coastal Watch, que no início de outubro fez um pedido de 30 blocos.
“Fui buscá-los, fiz outro pedido e disseram-me, 10 semanas de espera. Então perguntei, e se eu colocasse rapidamente um terceiro pedido agora? Posso obtê-los antes do Natal? Eles abanaram a cabeça e disseram: ‘Não tens outra hipótese antes de março’. ”
O boom alcançou todo o mecanismo de produção de pranchas de surf, o que se têm espelhado no prazo de entregas de pranchas aos clientes finais.
Marcas como a DHD, cujas encomendas personalizadas têm um prazo de entrega de duas a três semanas, estão a avisar os seus clientes que de momento o prazo é entre seis a oito semanas.
Este aumento da procura também poderá vir a ter outra consequência – o aumento dos preços das pranchas de surf.
“Se (a procura) continuar, os preços das pranchas de surf terão que subir. Talvez não muito, mas um pouco. ”- disse Darren Handley da DHD.