Julian Wilson entrou com uma queixa no estado da Califórnia contra a Hurley, um dos seus patrocinadores de longa data.

De acordo com a denúncia obtida pela Sportico, o surfista do Championship Tour (CT) alega que a marca se recusa a pagar-lhe pelo menos 1,5 milhões dólares, que “indiscutivelmente deve sob um acordo de patrocínio por escrito” numa tentativa de “lucrar com a pandemia de covid-19”.

O contrato, que tem uma duração de 7 anos, estipula que o surfista australiano deve usar roupas da marca durante os eventos de surf e que Julian tem a obrigação de competir no mínimo em 5 etapas do tour por ano, para além de divulgar a Hurley nas suas redes sociais, participar de sessões fotográficas e fazer aparições promocionais.

Agora, a Hurley afirma que Wilson violou o contrato porque não participou das competições este ano devido ao covid-19.

Como consequência da pandemia que atingiu o mundo, a competição foi interrompida, o que torna quase impossível a Julian Wilson de cumprir o requisito incluído no contrato - um ponto levantado pela equipa jurídica de Wilson na sua reclamação.

Julian também afirma que o desejo da Hurley de reestruturar o seu negócio precedeu a pandemia.

No início deste ano, após ter sido adquirida pela Blue Star Alliance à Nike, a Hurley anunciou uma reestruturação da sua força de trabalho corporativa para alinhar a sua organização com a estratégia de avanço da empresa.

A estratégia chocou o mundo do surf com a empresa a tentar "livrar-se" de grande parte da sua equipa de surf e ou a renegociar os contratos com os surfistas que ainda têm alguns anos pela frente de vínculo com a marca. Uma dessas medidas foi tentar, sem sucesso, persuadir Wilson a reestruturar o seu contrato, que assinou com Hurley em 2014.

Julian acabou por permitir que a Hurley atrasasse os pagamentos devido à crise económica induzida pela pandemia, mas em junho, a Hurley pediu que estendesse o contrato, o qual o atleta se recusou. Então, a Hurley notificou Julian Wilson que estava a terminar o seu acordo.

Wilson é um dos primeiros atletas, senão o primeiro, a enfrentar uma redução oficial ou, no seu caso, uma tentativa de demissão, e entrar com uma ação legal contra um patrocinador durante a pandemia.