Mais de vinte golfinhos apareceram mortos na costa da Maurícia esta semana.

Esta catástrofe pode estar relacionada com o desastre que ocorreu a 25 de julho, quando um navio, o MV Wakashio, propriedade da Nagashiki Shipping Company, carregado com mais de 1 milhão de galões de óleo de motor pesado, encalhou num recife de coral no país insular derramando uma quantidade alarmante de óleo na área circundante.

O mau tempo registado nos dias seguintes prejudicou os esforços de limpeza e pouco depois o navio-tanque partiu-se em dois, o que levou o governo da Maurícia a tomar a decisão de afundar o navio, decisão que não foi bem aceite por vários grupos ambientalistas.

Happy Khambule, gerente sénior da campanha de Clima e Energia da Greenpeace África disse num comunicado a 19 de Agosto que “De todas as opções disponíveis, o governo da Maurícia está a escolher a pior. Afundar esta embarcação colocaria em risco a biodiversidade e contaminaria o oceano com grandes quantidades de toxinas de metais pesados, ameaçando outras áreas também, nomeadamente a ilha francesa de La Réunion. Os mauricianos nada ganharam com a travessia do MV Wakashio nas suas águas e agora são solicitados a pagar o preço deste desastre. Mais poluição arrisca ainda mais a sua economia baseada no turismo e segurança alimentar baseada em peixes. ”

O derramamento de óleo no recife perto de Pointe d'Esny, na costa sudeste da Maurícia, é provavelmente uma das mais terríveis crises ecológicas já vistas no pequeno país insular, e o aparecimento destes golfinhos vem agora colocar a questão: estará o seu aparecimento relacionado com esta catástrofe ambiental?

A Greenpeace já pediu ao governo da Maurícia para iniciar uma “investigação urgente para determinar a causa das mortes e quaisquer ligações com o derramamento de óleo de Wakashio”.