BIANCA BUITENDAG DOA PRIZE MONEY PARA CARIDADE
“Nós temos tanto e há tantos com tão pouco", disse a surfista.
Por Patrícia Tadeia
Ficou em segundo lugar naquela que foi a primeira etapa do WWT, o Roxy Pro Gold Coast. Mas Bianca Buitendag que recebia assim com este resultado um cheque no total de 25 mil dólares, optou por lhe dar outro fim que não a sua conta pessoal. Assim, depois do evento, anunciou que o dinheiro segue para campanhas de solidariedade no seu país de origem, a África do Sul. Em entrevista à SurfingLife, Bianca explicou esta sua decisão.
“Nós temos tanto e há tantos com tão pouco. O que eu tenho chega-me bem, e é isto que posso fazer. Quero pegar no dinheiro e dar a estas crianças, e adultos, que não têm as oportunidades que eu tenho”, disse a surfista.
“Quem é da África do Sul, vê pessoas a sofrer muito e a lutar todos os dias. Passamos de carro perto de pessoas que nem sequer têm pão na mesa, e depois venho para aqui e tudo gira em torno de uma competição e de quem ganha os heats. Qual é o objetivo de ganhar ou surfar bem, sem conseguir mudar a vida das outras pessoas?”, acrescentou ainda.
Entre as associações que Bianca vai ajudar está a The Healthy Mom and Baby Clinic, fundada por amigos da surfista sul africana. “Cresci a surfar com um grupo de pessoas, e dois deles fundaram uma instituição de caridade há cerca de 4 ou 5 anos. Já trabalho com eles há algum tempo.Tem como intuito aconselhar e ajudar em termos médicos as mulheres durante as gravidezes, gravidezes não planeadas ou adolescentes... A Sida é um grande problema na África do Sul e por isso ajudam também na prevenção. Na África do sul, muitas mulheres não conseguem lidar com a notícia de que vão ter um bebé, então livram-se deles... E esta clínica tem uma “baby box”, em que as mães podem deixar estes bebés. Eles tomam conta deles, e tratam da parte institucional”, explica.
A Life Community Services é outra das instituições que receberá parte do prize-money e que também apoia muitas crianças. Tal como a ALEPH: “O homem que a gere costumava surfar na minha praia mas mudou-se para J-Bay e fundou a associação. Grande parte dos problemas na África do Sul resultam de miúdos que não têm pais, ou qualquer modelo familiar a seguir. E depois acabam por seguir as pessoas erradas, meter-se em gangues ou na droga. Então ele dá aulas de surf, e vai surfar com estes miúdos todas as tardes. Acaba por ser um pai para eles. Ouve os seus problemas e ajuda-os”, conclui Bianca.
Vê o vídeo da ALEPH, uma das instituições apoiadas:
// BACK IN SESSION 2014 // from Aleph Surf on Vimeo.
- Link: Acompanha as tuas notícias aqui!
- Créditos fotos: ASP