Keala Kennelly vence Jaws Challenge; Competição masculina "on hold"
Carnificina no Pacífico...
Esperava-se um swell XXL para a 4.ª edição do Jaws Challenge em Peahi, em crescendo e de período alto, e o Pacífico não desiludiu. Com o passar dos minutos e horas, ao longo do dia, as ondas foram efetivamente subindo de tamanho, aumentando o risco e desafio para os atletas, mas revelando também muita carnificina nas águas de Maui.
O cenário do primeiro dia do Jaws Challenge não foi dantesco, quase que foi... mas exigiu coragem, atitude e comprometimento. Mar muito exigente.
Na água, em primeiro lugar, estiveram as mulheres que sentiram na pele a dificuldade de completar um simples drop graças ao forte vento offshore que se fazia sentir. A havaiana Paige Alms, a campeã em título do evento, apanhou uma bomba e foi recompensada com 4,33 pontos. “As condições estavam extremamente desafiantes. Provavelmente não teria feito surf se fosse um dia normal”, disse mais tarde.
Justine Dupont, a francesa que passa temporadas na Praia do Norte, recolheu a nota mais alta do dia - 5,50 pontos. Depois, caiu numa onda de consequência e acabou por deslocar o ombro, o que a afastou em definitivo da competição.
Na final, com o swell a verificar-se no máximo da força, as mulheres voltaram a atirar-se, mas completar o drop ou fazer uma onda do início ao fim não era definitivamente uma tarefa fácil. Keala Kennelly disse que sentiu a perna a “ser arrancada do corpo” no primeiro wipe out em que esteve envolvida.
Na onda seguinte, partiu o leash numa nova queda e teve que acionar oito garrafas de ar do seu colete para voltar à superfície. “Foi a vez mais desafiante que surfei Peahi. Fiquei literalmente a ver estrelas”, foram os comentários após a terceira queda da havaiana, agora já sem leash e sem ar disponível no seu colete insuflável.
Depois da mostra de 100% comprometimento, a vitória do Jaws Challenge foi atribuída a Keala Kennelly. “Estou demasiada cansada para celebrar. Ainda não recuperei totalmente”, disse.
1 - Keala Kennelly (Havai)
2 - Andrea Moller (Brasil)
3 - Emily Erickson (Havai)
4 - Paige Alms (Havai)
5 - Justine Dupont (França)
5 - Bianca Valenti (EUA)
A ação continuou com os homens, mas as ondas de 40 pés (12 metros) de repente passaram a 50 (15 metros)… e o vento também ficou mais forte. No primeiro Heat encontrava-se Alex Botelho que chegou a estar em terceiro lugar durante muito tempo, graças a uma primeira onda que valeu 2,87 (x2) pontos - um drop intenso e longo vindo depois a cair no bottom-turn.
O português ainda fez uma segunda onda, de 0,50 pontos (queda no drop), a 9 minutos do final do Heat, mas acabaria por ficar em quinto lugar com 6,24 pontos. Passaram para as meias-finais Billy Kemper, em primeiro lugar com 19,01 pontos, Grant Baker, em segundo com 15,26 pontos, e Russell Bierke, em terceiro com 10,87 pontos.
Após este Heat, e com as condições a ficarem fora de controlo, o Comissário da WSL para o Big Wave Tour, Mike Parsons, optou por colocar a restante competição “on hold”.
“Foi uma chamada difícil, mas penso que no final das contas a segurança deve estar em primeiro lugar. Está muito arriscado e amanhã (hoje) o swell ainda estará grande de manhã”, disse Parsons.
O dia prosseguiu com uma sessão de tow-in onde Kai Lenny mostrou estar noutro nível.
Importa ainda referir que João de Macedo ainda não competiu e entrará no Heat 4, juntamente com o italiano Francisco Porcella, o australiano Jamie Mitchell, o norte-americano Greg Long e ainda os havaianos Tyler Larronde e Ian Walsh que, se os nossos leitores se recordam, venceu este campeonato na temporada passada
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