O heat que Zeke Lau venceu duas vezes em Bells Beach
Terceira bateria da ronda 4 envolta em polémica por alegada interferência…
Uma das polémicas do Rip Curl Pro Bells Beach, se assim lhe podemos chamar, teve lugar no Heat 3 do Round 4 e envolveu Filipe Toledo, Adriano de Souza e Zeke Lau. O havaiano acabou por levar a melhor sobre a dupla brasileira, conseguindo 16.73 pontos sobre os 15.67 de Toledo e 14.20 de Adriano.
Lau venceu por uma margem de 1.06 pontos, muito graças ao seu “power surf”, mas, aparentemente, a sua última onda já não entra nas duas melhores (8.83 + 7.90) e consequentemente não tem influência no resultado final, foi apanhada depois do toque. O havaiano apenas apanhou a onda para impedir que Toledo fizesse mais uma ou virasse até o resultado a seu favor. Mais tarde, assegurou que já tinha feito o take off quando a buzina soou, mas os juízes consideraram o contrário.
Mesmo depois de ter visto e revisto as imagens, o painel técnico manteve a sua opinião - a de que Zeke apanhou a onda após o toque - e assinalou mesmo uma interferência ao havaiano. Em vez de terminar em primeiro lugar na bateria, Lau foi relegado para a ronda 5. Portanto, Zeke venceu o heat… mas, no final, não venceu.
Minutos mais tarde, quando saiu da água, juntamente com o seu “coach”, Jake “The Snake” Paterson, antigo gladiador do tour, deslocou-se em passo acelerado ao palanque de juízes e algo, no meio do turbilhão das reclamações, fez a decisão voltar a ser reconsiderada. Ainda assim, segundo consta, o painel na íntegra mostrou-se relutante em voltar atrás na decisão.
Só cerca de uma hora mais tarde, a decisão acabou mesmo por ser revogada. Ou seja, a interferência foi retirada, pois Zeke apanhou mesmo a onda antes do toque… e assim foi dado o dito pelo não dito… ou quase.
“Tivemos a oportunidade de ir até ao estúdio ver as imagens, rever essa situação do heat com Filipe e Zeke, e voltámos atrás na decisão pois inicialmente, na altura da chamada, as imagens não estavam sincronizadas com o som,” começou por dizer Kieren Perrow, o Comissário da WSL.
“Quando os juízes tentaram rever as imagens ao vivo, Richie Porta (chefe de juízes) não conseguiu ver as imagens e o som da forma mais correta. O que ele viu fez com que levasse a fazer a chamada da interferência, apenas porque o som e imagem estavam dessincronizados. No entanto, mal viu as imagens certas, voltou atrás na interferência. É terrível quando estas coisas acontecem, pois ambos os atletas habituam-se ao resultado. Especialmente com o que vimos com Filipe, ele estava pronto para competir nos quartos de final. Fez-se o correto que foi anular a interferência,” terminou por dizer.
Zeke acabou mesmo por avançar diretamente aos quartos de final, enquanto Toledo e de Souza caíram para a ronda 5. Quem não gosta de um pouco de polémica à moda antiga?
Já de seguida, o vídeo onde Kieren Perrow explica o sucedido.