John John Florence a abusar do rail no Drug Aware Margaret River Pro. Click Matt Dunbar/WSL John John Florence a abusar do rail no Drug Aware Margaret River Pro. Click Matt Dunbar/WSL terça-feira, 11 abril 2017 12:14

ESTARÁ JOHN JOHN FLORENCE A REDESENHAR O 'POWER SURFING'?

A resposta está tanto nas capacidades de Florence como na resposta dos seus adversários ao longo da temporada.

Por esta altura, a performance de John John Florence no Drug Aware Margaret River Pro, na passada semana, ainda é um assunto em franco debate. Parece unânime, mesmo entre grandes figuras do CT, que a performance do havaiano, actual detentor do título de campeão do mundo, foi absolutamente avassaladora, o que para muitos significou um reposicionamento na abordagem à corrente temporada. Atentem às palavas de Kelly Slater pós-etapa, citado pela Stab Magazine: "Posso garantir que todos os surfistas do tour estão a questionar ou o seu próprio talento ou abordagem depois de assitirem às prestações [de Florence]. E eu preciso ou de elevar o nível ou chegar-me para o lado. O John não surfou para ganhar heats, ele simplesmente surfou de modo a expressar o que melhor sabe fazer à sua maneira."

 

Mesmo que a verdade esteja do lado de Slater quando, no fundo, parece crer que Florence se exibiu ao mais alto nível de forma descomprometida, os números da etapa de Margaret River não deixam margem para dúvidas sobre o comprometimento do jovem havaiano. Exceptuando a Ronda 1 e os Quartos-de-Final, todos os combos de Florence ao longo da competição ultrapassaram a medida dos 19 pontos, inclusive na final diante de Kolohe Andino.

 

Na terceira ronda, Florence sacou da cartola um 19.27 pontos, registo por si só suficientemente difícil de bater enquanto nota mais alta da prova. Ainda assim, o jovem havaiano de 24 anos mostrou-se determinado, e até solto, em melhorar a sua marca dada a sucessão de notas elevadas que amealhou ao longo de toda a competição. Ronda 4: 19.16; Quartos-de-Final: 18.04; Meias-Finais: 19.27, a igualar o melhor registo; e na final um esmagador 19:03. Uma performance que já se escreveu ser lendária e que revela o período mais forte de sempre do agora líder do ranking WSL.

 

 

Para lá das pontuações, a exibição de Florence dentro de água foi irrepreensível a todos os níveis - poderoso, fluído, controlado, bonito e sempre a rasgar nos limites do rail, a esboçar drifts impensáveis. Actuação que mostra que Florence está no pico das suas capacidades físicas e técnicas, além de um state of mind focado, positivo e ambicioso. Um rol de factores alinhavados à perfeição e que alimentam a engrenagem de Florence. "Não acredito que a prestação dele tenho sido tanto sobre técnica como sobre a sua confiança no rail neste momento", disse o Comissário do WQS e ex-competidor Travis Logie à Stab Magazine. "Parece-me que neste momento é capaz de executar um bottom turn bem mais 'limpo' e manter a velocidade. Isso ajuda-o a tirar partir dessa velocidade para as suas manobras mais fortes."

 

"O resto do pessoal no tour é tão competitivo que vão tentar espreitar como é que o John alinhou as quilhas, como é que são os rails das suas pranchas, como é o desenho das suas pranchas, rever a sua técnica em slow-motion", continua Travis Logie. "Os atletas goofy vão olhar para ele pelo espelho." E brinca: "Era isso que eu faria se ainda estivesse no tour a tentar enganar-me de que ainda tinha hipóteses."

 

À mesma Stab Magazine, Mick Fanning disse que assistir à prestação de Florence na final de Margaret River foi o mesmo que testemunhar uma mudança no power surfing. Com a etapa de Bells Beach ao virar do dia - e com as previsões a alinharem-se de forma animadora -, o interesse reside agora não só consistência e persistência da fase fulgurante de Florence, mas também na resposta dos restantes atletas do tour à condição imperial em que o campeão do mundo se encontra. Estão lançados os dados para uma temporada que tem tudo para ser escaldante - e para redefinir os parâmetros do power surfing para anos vindouros.

 

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