A carreira de Frederico Morais analisada à lupa
Consistência do português é notória, dentro e fora de portas…
Frederico Morais, jovem surfista de 24 anos, natural de Cascais, conseguiu um feito que será difícil esquecer nos próximos tempos. Ele conseguiu a qualificação para o World Championship Tour da World Surf League, a primeira divisão do surf mundial, a liga profissional, aquela onde todos os surfistas de topo querem competir. Foi o segundo português da História a consegui-lo.
Os surfistas e a comunidade portuguesa já se encontravam a ressacar desde que Tiago Pires saiu do CT, no final de 2014, após sete temporadas a competir ao mais alto nível entre a elite mundial. Pois bem, podem animar-se, meus amigos, o Tour volta a contar com um representante português e a animação está garantida. É que, segundo a nossa análise, Kikas é um surfista por demais consistente, seja dentro ou fora de portas.
Na verdade, Frederico iniciou a prática de surf aos 6 anos de idade e desde então que tem vindo a dizer que será um dos profissionais de destaque do mundo do surf. E é mesmo, sendo que aos 10 anos já competia internacionalmente.
Em dezembro de 2013, após ter feito a final do 'QS de Sunset Beach, onde bateu John John por várias vezes, foi considerado Rookie do Ano na Hawaiian Triple Crown.
- A soltar o tail na Costa de Caparica. Foto: Pedro Mestre/Liga Moche
A nível nacional, Kikas foi quase imbatível nas camadas jovens e nos anos de formação. Foi bicampeão nacional sub-12 (2002 e 2003), pentacampeão em sub-14 (de 2002 a 2006) e bicampeão em sub-16 (2005 e 2006). Nos sub-21 arrecadou três títulos nacionais (2006, 2008 e 2009).
No que diz respeito ao Circuito Nacional Open, Morais venceu por duas vezes, em 2013 e 2015, registando pelo caminho doze espetaculares e imponentes vitórias em provas oficiais do circuito. Na Liga Moche da presente temporada, por exemplo, venceu duas das três etapas em que participou (na Costa de Caparica e Praia Grande).
Na lides internacionais tem mostrado competência e foco, tendo terminado dentro do top 100 nos últimos quatro anos. Nós diríamos mesmo que a ascensão tem sido notória. Em 2013 ficou em 59.º lugar, em 2014 em 40.º e em 2015 derrapou até ao 63.º lugar. Na presente temporada chegou a cereja no topo do bolo, um incrível 3.º lugar no ranking da World Qualifying Series, após as finais de Haleiwa e Sunset Beach, e a tão ambicionada/sonhada qualificação ao Championship Tour.
- A usar o rail na Praia Grande, Sintra. Foto: Pedro Mestre/Liga Moche
É ainda de referir que em 2013 afastou Kelly Slater do CT de Peniche e que, na mesma prova, o ano passado, alcançou os quartos de final tendo eliminado pelo caminho os campeões mundiais Mick Fanning, Joel Parkinson e Adriano de Souza. Em abril de 2016, no QS3000 da Martinica, alcançou também o topo do pódio e a primeira vitória da carreira no ‘QS. Na final derrotou o amigo e galego Gony Zubizarreta.
Acompanhado pelo treinador e ex-surfista do World Tour, Richard “Dog” Marsh, tem-se mostrado muito motivado, focado e orientado para resultados nos últimos anos. A consistência de Kikas é gritante e explicada por uma média pontual de 12,34 pontos por heat que, de acordo com a WSL, é superior a muitos surfistas experientes e de topo como Michel Bourez, Caio Ibelli, Stu Kennedy ou Miguel Pupo, entre outros.
Não sabemos se será o novo herói nacional, nós queremos acreditar que sim, mas uma coisa, no entanto, parece-nos mais do que certa: Kikas ainda nos vai dar grandes alegrias.
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