LAIRD HAMILTON SALVO PELO SURF

O waterman americano explicou a um jornal espanhol um pouco da sua filosofia de vida... 

 

Há muito que Laird Hamilton é considerado um dos maiores watermen da nossa época. Nascido no seio de uma família disfuncional, com o pai a sair de casa após o seu nascimento, cedo teve que abraçar o papel do “homem da casa”. Hoje, com 51 anos, casado e pai de três meninas, é uma referência incontornável do surf mundial e um dos que ajudou a pôr definitivamente o surf tow-in no mapa. 

 

Numa entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia, o norte-americano partilhou alguns dados que ajudam a perceber a sua motivação ao longo dos anos. “Ser branco e não ter um pai presente foi difícil. Não tanto como pensava na altura quando frequentava aquela que estava considerada a terceira escola mais perigosa dos Estados Unidos. Havia uns dois mil miúdos e um único loiro branquinho entre eles: eu. Vivi assustado toda a minha infância."

 

A juventude de Laird não foi fácil, abandonou a escola aos 16, teve momentos bem difíceis e estabilizar muitas vezes pareceu ser uma tarefa impossível. No entanto, algo serviu de refúgio: “O surf salvou-me, foi nele que pude focar todas as minhas energias. O oceano moldou-me, ensinou-me a ser humilde e a ser paciente; e também me trouxe realização, a minha família, levou-me pelo mundo fora e a lugares maravilhosos. Definiu prioridades, deu-me uma consciência ambiental e ajudou a criar um sistema de valores.”

 

 

Aparentemente, a razão de não ter optado pelo mundo competitivo é muito simples: “Porque revela o pior de mim próprio; sou uma pessoa agressiva por natureza.” A isto junta-se também o facto de não querer deixar o seu destino nas mãos de um grupo de pessoas, preferindo que seja o público a opinar. 

 

Sobre o universo das ondas grandes revela algumas caraterísticas que são essenciais ter quando se enfrentam ondas de 30 metros. “Experiência, uma mistura de habilidade e valor. Saber controlar o instinto de sobrevivência que muitas vezes leva a que façamos tudo muito rapidamente. Sobreviver uma e outra vez ajudam a que confies mais em ti”, justificou. 

 

Para terminar, o inovador norte-americano destaca a força da natureza e deixa um recado a todos os amantes do surf: “Não somos nós que controlamos as coisas; a mente, o corpo e a alma são um todo e devem estar em equilíbrio. E é a natureza que nos dá esse equilíbrio. Parece-me que viver na cidade, com gente amontoada umas em cima de outras, vai contra a natureza humana. Não existe monumento que se possa comparar a uma cordilheira montanhosa ou à imensidão do oceano.”

 

 

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