Adeus, Billy. Ou talvez… até já.

Esta manhã, em quatro praias do país, amigos, surfistas e família prestaram a última homenagem a Abílio Pinto — o Billy Boy.

 

A primeira cerimónia decorreu na Praia Atlântico, em Gaia, onde o Billy, ainda jovem, passava os dias a apanhar ondas, a ensinar o surf, a moldar pranchas, e a formar amizades que duraram uma vida inteira.

A homenagem não foi apenas feita de flores e silêncio — foi feita de pranchas na areia, abraços sentidos, lágrimas discretas e memórias partilhadas por todos aqueles que com ele surfaram, aprenderam ou simplesmente cruzaram caminhos.

Billy não foi só um surfista. Foi um mestre informal, um irmão mais velho de toda uma geração, um shaper que moldava mais do que pranchas — moldava sonhos, confiança e espírito. Foi alguém que, com simplicidade, coragem e alegria contagiante, mostrou que é possível viver do que se ama.

Nos dias que antecederam esta homenagem, num grupo de mais de 600 amigos, partilharam-se recordações únicas: da primeira prancha feita por ele em Miramar, ao campeonato em Espinho nos anos 90, passando pelos verões loucos na Praia Atlântico e pelas viagens sem destino à procura da onda perfeita. Uns lembravam as surfadas pesadas, outros o sorriso fácil. Houve quem se lembrasse da primeira lição de "patinho", quem tivesse guardado pranchas dele durante 30 anos, e quem — mesmo do outro lado do mundo — sentisse a sua ausência como se tivesse acabado de sair da água.

Mais do que um nome, o Billy tornou-se uma energia. Uma espécie de farol — como escreveu um amigo — que continua a guiar quem se aventura no mar.

Hoje, ele não estava fisicamente entre nós. Mas estava nas pranchas, nas histórias, nas gargalhadas. Estava no abraço entre amigos que não se viam há anos. Estava em cada lágrima que escorreu com o sabor do sal.

O Billy conseguiu algo raro: ser eterno sem fazer força para isso. Porque quem vive com verdade e paixão deixa uma marca que nenhuma onda apaga.

 

Abilio Pinto "Billy Boy" - Click por Pedro Pimenta

Amanhã, e sempre que alguém entrar no mar com a alma leve, é provável que ele esteja ali, a sorrir.
A surfar connosco.
A ser Billy Boy.

 

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