O uso de autocolantes nas pranchas de surf e a sua importância
Uma forma importante de dar retorno aos patrocinadores...
Há muito que as pranchas de surf têm vindo a evoluir. Têm sido muito os surfistas que têm dedicado uma boa parte das suas vidas à procura dos melhores materiais e shapes. O melhoramento no desenho das pranchas, ao longo dos anos, tem-se sentido ao nível do tamanho, do peso e à sua forma, mas também às quilhas, aos materiais usados e ao desenho adequado a cada situação.
Com a introdução do poliuretano, por volta de 1950, as pranchas em madeira balsa, cujo tamanho médio rondava os 9 e 11 pés, foram desaparecendo do mercado e a cultura do surf ganhou um novo impulso, especialmente em três áreas específicas onde este já gozava de enorme popularidade: o Havai, a Austrália e a Califórnia.
Nesses primeiros anos, a prática de surf era algo muito “roots” e fortemente ligado a um grupo muito restrito, mas, eventualmente, com o tempo, acabou por explodir. Ainda assim, a cultura do surf continuou a desenvolver-se, em silêncio, à sua maneira, década após década.
No final dos anos 60 nasceu a primeira shortboard, nos anos 70 a performance nas ondas ganhou especial relevo, nos 80 o surf ganhou um novo ritmo e alma com as cores fluorescentes que marcaram uma época, mas foi nos anos 90 que o surf profissional deu o pulo graças a um conjunto de fatores onde se incluem, obviamente, o número de eventos da altura, a crescente popularidade do desporto e ainda a indústria em seu torno.
Desde então houve quem abandonasse a escola para perseguir uma carreira no surf, fosse na competição, a desafiar slabs e ondas-monstro ou simplesmente a fazer o que mais gosta na vida - surfar (free surf).
Com o passar do tempo e o evidente crescimento da modalidade, passámos também a ver as pranchas de surf receberem autocolantes de marcas ligadas ao meio. Há quem os coloque apenas por gosto pessoal, mas outros há que são pagos para o fazer. São os atletas profissionais que a determinada altura das suas carreiras assumem o papel de embaixadores das marcas. Esta é uma forma de dar retorno aos seus patrocinadores.
Na verdade, mesmo após alguma intensa pesquisa, não conseguimos dar com o nome do primeiro surfista que colocou o primeiro autocolante na sua prancha de surf. No entanto, uma coisa temos certeza absoluta: é que a partir desse momento o cenário mudou por completo e as pranchas de surf ganharam uma importância adicional e tornaram-se um veículo de promoção.
A prancha de surf dividida por ordem de importância
No que a sponsorship (patrocínio) diz respeito, a prancha de surf pode ser dividida em três partes e vendida consoante a sua importância. Olhando para a imagem, em cima, que serve de exemplo, vemos que o primeiro terço da prancha é o mais valioso (a). O logótipo não só é maior do que todos os outros como ainda se encontra a "habitar" sozinho a zona mais visível da prancha de surf. Por norma, esta zona é vendida a uma das gigantes da surfwear, como a Rip Curl, Billabong, Quiksilver, Volcom, Hurley, entre outras. Ultimamente temos visto novos players do mercado a concorrerem com as marcas tradicionais, como a Red Bull, por exemplo, que já toma conta desse espaço de alguns atletas da elite mundial.
No meio, referenciada por nós como zona b), podemos encontrar patrocínios secundários que podem até assumir o papel de copatrocinadores, mas que na ordem de importância das marcas que apoiam o atleta estão definitivamente em segundo plano. É uma área quase sempre ocupada pela marca de pranchas usada pelo surfista, por uma bebida energética, óculos ou calçado. Ultimamente também temos visto algumas marcas ligadas à tecnologia e à comunicação, como a Samsung ou o Meo, tomarem conta desse espaço.
Na parte traseira da prancha de surf (c), o seu último terço, encontramos precisamente a zona de menor valor, precisamente por ser aquela que está quase sempre na água e também aquela onde o pé traseiro do surfista se encontra. Por norma é uma área dedicada aos patrocínios de acessórios do surf (traction decks, leashs, etc), parafinas, etc.