Jamie Mitchell, 41, foi o grande vencedor do primeiro Nazaré Challenge. Jamie Mitchell, 41, foi o grande vencedor do primeiro Nazaré Challenge. Foto: WSL sexta-feira, 09 fevereiro 2018 12:32

Quem é Jamie Mitchell?

À beira dos 40 anos, big wave rider australiano levou a melhor no Nazaré Challenge… 

 

Nota: Texto publicado originalmente em 23 de dezembro de 2016, mas agora adaptado para nova partilha. 

 

Jamie Mitchell foi o grande vencedor do Nazaré Challenge 2016, a edição inaugural do Big Wave Tour da WSL que se realizou na Praia do Norte no passado dia 20 de dezembro de 2016. O resultado foi histórico, tal como o evento, e vai ficar para sempre na História do Surf mundial. 

 

O gladiador, que faz parte da armada internacional da Quiksilver, levou a melhor entre os 24 riders presentes, em ondas desafiantes de 10 metros, conquistando a final de seis homens com um score final de 23.94 pontos. Agora, está de volta a Portugal com vista a defender o troféu alcançado na edição inaugural. 

 

"Penso que o swell está ligeiramente maior do que a edição passada. Mas não é o tamanho que me preocupa, é apenas o vento. Parece que vai estar mais norte do que o ano passado, em que esteve ENE de manhã e NE à tarde. Vai começar com ENE e depois fica mais N, que é um vento mau para a Nazaré, soprando bem na face da onda. Eu admiro, contudo, o [Mike] Parsons por ter feito o call, embora a previsão para este local seja difícil de prever”, disse o australiano ao site Surfline. 

 

- A dropar uma bomba no Nazaré Challenge 2016. Foto: WSL/Masurel

 

O australiano, que chegou esta manhã a Lisboa, mostrou-se bem confiante nas declarações à Surfline: “Esta temporada já estive três vezes na Praia do Norte. Sinto-me confiante. Eu conheço o local muito bem. Dito isto, é o tipo de lugar que podes ir com toda a confiança do mundo e ser apanhado por um set gigantesco, partir a prancha, ser varrido até à praia e demorar 20 minutos em cima de um jetski e aí o teu heat terminou. Não interessa quem tu és - é preciso uma pontinha de sorte para nos darmos bem neste campeonato”. 

 

Jamie é, na verdade, um pai de família, um autêntico waterman. Com 41 anos (celebra aniversário a 18 de janeiro), este australiano originário de Currumbin, na Gold Coast, mas a viver atualmente no Havai, é conhecido por perseguir grandes ondulações, por ser um dos melhores big wave surfers do planeta na atualidade e ainda por ser um verdadeiro campeão de paddle em águas abertas. 

 

De stand up paddle a foil boards, passando por canoas ou pranchas de surf vulgares, o australiano abraça todos os desafios com a mesma atitude e ânsia de vencer.  

 

- Mais uma daquelas na Praia do Norte onde poucos optariam por descer. Foto: WSL/Masurel

 

No topo da lista de feitos já conseguidos por ele constam 4 medalhas de ouro em mundiais da ISA e 10 vitórias consecutivas da travessia "Molokai to Oahu Paddleboard World Championships”. A mesma tem lugar ao longo de 32 milhas (51km) de grande intensidade e esforço físico onde todos os atletas têm que lidar com a forte ondulação, o sol escaldante, ventos fortes e algumas das mais duras correntes do planeta. Chegar ao fim desta prova é por si só uma vitória, mas dominar como ele o tem feito é simplesmente incrível. 

 

Desde 2002 que Jamie vence praticamente todas as competições de paddleboard em que participa, mas desde que se aventurou mais a sério no mundo das ondas grandes também tem vindo a competir pelos quatros cantos do globo, como em Todos os Santos (México), Belharra (França), Mavericks (Califórnia, EUA) e agora a Praia do Norte (Nazaré, Portugal). 

 

Onde houver um swell gigante ele estará, seguramente, por lá. E não é de estranhar que seja um dos convidados de referência do Eddie Aikau Memorial e Titans of Mavericks, duas das competições de ondas grandes com mais prestígio a nível internacional. 

 

- Campeão na edição inaugural do BWT na Nazaré. Foto: WSL/Masurel

 

No que diz respeito ao Big Wave Tour da World Surf League, encontra-se neste momento em quinto lugar no ranking, após um 2.º lugar em Puerto Escondido e um 11.º lugar no Pe’ahi Challenge. O Nazaré Challenge pode mesmo fechar as contas do BWT uma vez que o prazo está a terminar e não parece que o Mavericks Challenge vá acontecer nos poucos dias que restam. Na temporada passada foi 5.º classificado, em 2015 foi 20.º, em 2014 terminou em 23.º e em 2013 alcançou o 12.º posto no ranking. 

 

Sobre a vitória conseguida na edição inaugural do Nazaré Challenge, disse, uma vez mais à Surfline, que “Uma série de coisas correram bem nesse dia. Eu já estava na Europa a perseguir um swell. Estava confiante porque já tinha estado e surfado na Nazaré essa temporada, depois de já ter surfado a Praia do Norte vários anos. Apenas me senti bem em participar. No meu primeiro heat, a primeira onda que apanhei foi uma direita incrível em que mais tarde fiz o kick out, mas que me deu a sensação de que aquele iria ser um bom dia. No entanto, penso que desta vez mais ondas serão corridas. Há muita gente que passou muito tempo ali a treinar. Vamos ver ondas muito grandes e alguns wipeouts também”. 

 

- A descer uma montanha de água em Mavericks. Foto: WSL/Frank Quirarte

 

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