Uma surftrip é habitualmente conotada com locais remotos, onde ’só’ há praia e pouco mais. E muito justamente. Todavia, há destinos que nem sempre associamos ao surf onde podemos ter uma experiência diferente. Grandes cidades, cheias de tradição e cultura, onde podemos ter a oportunidade de - para além de umas boas sessões de surf -, emergir nos hábitos e dinâmicas locais. Um exemplo? Nova Iorque.

Nova Iorque é ‘a’ cidade. Poucos são os que já visitaram a ‘Grande Maçã’ e voltaram sem trazer a cidade no coração. Dividida em cinco distritos, os chamados ‘boroughs’: Manhattan, Queens, Staten Island, Bronx e Brooklyn, Nova Iorque é o espelho dos que ali habitam, uma cidade multiétnica, multicultural, que bebe das influências de povos de todo o mundo que resultam numa mistura única de hábitos e feitios. Há uma espécie de harmonia no caos que torna a cidade apaixonante e vibrante.

E o que se faz em Nova Iorque? Tudo. Esse é um dos aspetos deliciosos da cidade. Basta percorrer Manhattan a pé (de longe a melhor forma de conhecer a cidade) e em qualquer esquina pode estar a acontecer uma feira porto riquenha, filmagens de uma série policial, a música e dança são constantes a cada esquina e o talento abunda. Os nova iorquinos são afáveis e simpáticos, mas vivem num ritmo muito acelerado e nunca têm tempo a perder. Se queres pedir uma informação, prepara-te para acompanhar alguém em passo acelerado. Uma atividade obrigatória é dar um salto até Brooklyn, de noite para observar a mítica 'skyline' de Manhattan toda iluminada. Vale a viagem.

E para além de tudo isto, há surf.  E isto não é segredo nenhum, claro está. Mas a verdade é que não é uma cidade geralmente associada a este desporto. Mas a realidade é que por ali há das melhores ondas da Costa Este norte americana, banhada pelo Oceano Atlântico. A maioria dos surf spots perto de Manhattan têm um considerável número de surfistas, existe algum crowd, mas regra geral o ambiente é descontraído. A excepção é a zona de Montauk, onde uma crew domina a zona há largos anos e faz questão de manter essa ordem.

Tirando o verão, durante o resto do ano são aconselháveis fatos preparados para invernos rigorosos. Convém também ter uma prancha de reserva, porque os swells que chegam à costa são muitas vezes poderosos e capazes de partir uma ou outra prancha.

À medida que nos aproximamos da zona de Long Island temos alguns beach breaks, com destaque para Lido Beach, onde um bom offshore traz tubos poderosos.  Ao movermo-nos mais para este existe menos crow, mas um localismo mais agressivo. Podemos encontrar bons fundos de areia em Fire Island e Gilgo Beach, a caminho de Montauk, que pode ser considerada a capital do surf em Nova Iorque.