Jesse Mendes está em 6º lugar no ranking mundial Jesse Mendes está em 6º lugar no ranking mundial ASP / Damien Poullenot segunda-feira, 06 outubro 2014 15:10

JESSE MENDES ESTÁ NA LIDERANÇA DO PORTUGUESE WAVES SERIES

Jesse vai estar na 22ª bateria da etapa prime Cascais Billabong Pro

 

Após a vitória na prova prime do circuito mundial de qualificação que decorreu nos Açores no início do mês de setembro, o SATA Azores pro presented by Sumol, Jesse Mendes chega a Carcavelos na liderança do Portuguese Waves Series – Cascais Trophy - um troféu especial que irá premiar o melhor surfista nas três etapas masculinas da perna portuguesa  - a juntar-se está a 10ª etapa do circuito mundial de surf, o Moche Rip Curl Pro Portugal, em Peniche (de 7 a 23 de outubro).

 

Jesse está pronto. Aliás, já estava quando chegou à ilha, depois de vencer a etapa de três estrelas no Chile. "Falam sempre que o primeiro campeonato é o mais difícil de se ganhar. Quando ganhei pensei: 'nossa está tudo igual, o que é que vai mudar?' Mas parece mesmo mais fácil porque consegui ganhar outro, embora tenha sido uma prova difícil. Acho que a nossa cabeça se abre, conseguimos pensar com mais clareza sobre o que é preciso fazer para passar as baterias e chegar à final encarando a bateria como se fosse mais uma”, confessou-nos no final da prova.

 

O brasileiro natural de Guarujá, São Paulo, já esteve muito próximo de se qualificar para o circuito principal ao lado dos seus amigos Gabriel Medina, Miguel Pupo e Alejo Muniz. Não fosse a história do ranking unificado, que nos últimos anos permitiu que os três melhores resultados do WCT contassem para o ranking global. Isto tornava mais difícil a qualificação de outros atletas que não estavam no tour.

 

"O ranking separado é mais justo. É igual para todo o mundo que está procurando uma vaga. Ninguém está a disputar o evento contigo valendo mais do que tu. Os 10 melhores do ano vão entrar." Quando questionado sobre o que mudou desde então, Jesse aponta também para a maturidade. "Aconteceu tudo muito rápido. Era o meu primeiro ano. As coisas têm de acontecer no seu tempo, não podes ir contra isso. Quase entrei e ninguém esperava que entrasse, nem mesmo eu. Na primeira etapa fiquei em terceiro e depois fiz bons resultados na época. Mas foi muito difícil. Eles tinham mudado as regras e as pontuações... se fosse em qualquer outro ano da história do surf, teria entrado... não era para ser. Só percebemos estas coisas mais tarde. Ficamos tristes na hora, mas à medida que ficamos mais velhos olhamos para trás de forma diferente e vemos que não deveríamos ter feito determinadas coisas ou ter tomado determinadas decisões", recordou o surfista que se encontra em 6º lugar do ranking mundial.

 

Desde os três anos de idade, altura em que o seu tio lhe ofereceu a primeira prancha de surf, que o atleta, de 21 anos, sabia o que queria fazer da vida. Aliás, não podia ser de outra maneira, já que vem de uma família de praticantes da modalidade. "Os meus tios, primos e sempre surfaram. Aliás, os meus pais eram do interior e vinham para litoral ao fim de semana para aproveitar. Até que decidiram mudar-se para a praia. Sempre soube que queria que o surf fizesse parte da minha vida. Mesmo não lembrando, tenho certeza que já pensava nisso.”

 

A competição chegou quando tinha 12 anos e desde então nunca mais parou. “Percebi que gostava mesmo de competição e de viajar quando tinha 12 anos. Nessa altura já viajava bastante e ia para lugares que tinha vontade de voltar. Nem queria ir para a escola. A minha mãe ficava louca, porque eu era muito novo, mas sempre fui assim. Gosto de viajar, de estar na rua e não gosto de estar em casa... quer dizer, agora viajo tanto que já sabe bem regressar a casa, mas passam duas semanas e a minha mãe já sabe que tenho de ir embora, pois já não aguento mais", conta-nos a rir.

 

Depois de ter matado as saudades da família (pelo menos era esse o plano quando saiu dos Açores), Jesse já está com o pé na rua e, se Neptuno permitir, amanhã defrontará Matt Wilkinson, Jack Freestone e Thomas Woods no 22º heat da primeira ronda.

 

Beatriz Silva

 

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