De regresso ao principal circuito do surf mundial, a prova de Jeffreys Bay marca a viragem para a segunda metade da época do World Tour, e servirá seguramente para começar a aclarar aquilo que será o resto do Tour, nomeadamente no que diz respeito aos reais candidatos ao título, e claro, o futuro do português Tiago Pires.

Este é o segundo evento consecutivo do WCT a decorrer sem um patrocinador de ‘naming’, ao contrário do que sucedeu em 2011, onde foi realziada sob a égide da Billabong - o que afasta a possibilidade de ter Frederico Morais como eventual wildcard. Em Supertubes destacam-se as longas direitas com várias secções para ‘atacar’. Velocidade, técnica e surf de rail poderão ser os fatores decisivos nesta prova, não descartando a presença de áereos, que poderão valer notas muito altas se realizados em secções críticas da onda.

O ponto de situação

Considerando os atletas que estão no topo do ranking temos Gabriel Medina e Michel Bourez nos dois primeiros lugares, ambos já com duas vitórias em etapas este ano, certamente prontos a capitalizar a moral com que chegam à África do Sul, e determinados a tornar (ainda) mais efetiva a sua candidatura ao título mundial. 

Kelly Slater apresenta-se no JBay Open ainda sem ter vencido qualquer etapa, numa época em que apesar de alguma aparente descrição nas suas participações, a verdade é que o onze vezes campeão do mundo está em 3º lugar no ranking e uma vitória na África do Sul poderá servir de catapulta para uma segunda metade do Tour com ‘as mãos no volante’ do comboio do título.

Para Jordy Smith, atual 11º classificado, a época tem sido agridoce. Apesar de grandes performances e um nível altíssimo de surf, a verdade é que os resultados não têm refletido essas prestações, pelo que a jogar em casa - e a defender o título conquistado em 2011, a última vez que aconteceu no WCT -, Jordy tem uma oportunidade de marcar posição e dar um salto no ranking para um lugar mais condizente com a sua capacidade. 

À procura de uma vitória estarão também os eternos candidatos ao título Joel Parkinson, Taj Burrow e Mick Fanning. Taj e Joel estão em 4º e 5º lugar (respetivamente), ainda que sem nenhuma vitória em etapas, Mick, o atual campeão do mundo, já venceu em Bells Beach, mas a sua época tem estado longe de ser brilhante, em particular nos dois últimos eventos, no Rio e em Fiji, onde teve uma prestação modesta. Para o australiano, um eventual mau resultado em Jeffreys poderá significar um atraso irrecuperável para o topo do ranking.

Nat Young (7º) e Kolohe Andino (9º) têm paulatinamente subido no ranking e chegam a Jeffreys em boa forma. Adriano de Souza tem mostrado a consistência de sempre e está no 6º lugar, uma vitória no JBay Open pode torná-lo um sério candidato ao título.

Certamente ansioso por ‘explodir’ estará John John Florence, que se tem apresentado muito aquém do potencial que já demonstrou ao mundo inteiro. Esta prova pode ser um ponto de ruptura com os resultados medianos que tem alcançado, e que lhe valem actualmente a 12ª posição.

Um Português na Elite :

'Last but not least', Tiago Pires chegará a esta prova com a moral reforçada, depois do excelente 3º lugar alcançado no evento Prime em Ballito, onde ‘Saca’ demonstrou estar de volta ao seu melhor, em termos físicos, técnicos e táticos. Actualmente na 25ª posição, uma boa classificação no JBay Open pode lançar Tiago para um resto de época numa zona de segurança que lhe permita marcar presença entre os melhores no próximo ano, via WCT, ainda que esteja bem colocado para - como plano B - entrar via WQS, onde se encontra na 15ª posição.

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Estes são, para já, os heats marcados para o ínício da competição:

H1: Mick Fanning (AUS); Sebastian Zietz (HAW); Dion Atkinson (AUS)
H2: Taj Burrow (AUS); Fred Patacchia (HAW); Matt Wilkinson (AUS)
H3: Joel Parkinson (AUS); Kai Otton (AUS); Raoni Monteiro (BRA)
H4: Michel Bourez (PYF); Adrian Buchan (AUS); Brett Simpson (USA)
H5: Gabriel Medina (BRA); Adam Melling (AUS); a determinar
H6: Kelly Slater (USA); Mitch Crews (AUS); a determinar
H7: Nat Young (USA); Miguel Pupo (BRA); Aritz Aranburu (ESP)
H8: Adriano de Souza (BRA); CJ Hobgood (USA); Alejo Muniz (BRA)
H9: Josh Kerr (AUS); Filipe Toledo(BRA); Tiago Pires (POR)
H10: Jordy Smith (ZAF); Owen Wright (AUS); Jadson André (BRA)
H12: Kolohe Andino (USA); Julian Wilson (AUS); Travis Logie (ZAF)