O ano de 2020 foi um ano que colocou à prova o surf competitivo a nível mundial, que assistiu a mudanças de formatos em várias competições.

A suspensão e/ou cancelamento das competições profissionais de surf gerou espaço para a criação de novas formas de vermos surfistas de todo o mundo voltarem a competir – as competições digitais.

O formato tem vindo a ganhar cada vez mais força e adeptos, prova disso foram as várias competições digitais criadas em diferentes pontos do globo a que temos vindo a assistir, desde a Surf Web Series, campeonato internacional com várias etapas que culmina numa final mundial, a icónica Triple Crown Havaiana, que lançou o seu formato competitivo digital em dezembro de 2020, à recém-criada competição digital nacional, Digi Surfing 2021.

Para vários atletas, a competição digital é uma lufada de ar fresco. Os surfistas só têm de seguir as regras de cada evento específico, que normalmente consiste em enviar os clipes das suas melhores ondas para avaliação dos juízes.

Em algumas competições, o público também é convidado a envolver-se votando na sua onda favorita, ajudando assim a escolher um vencedor, como é o caso da Surf Web Series, que na etapa europeia viu o português Miguel Blanco sagrar-se campeão.

A grande parte dos eventos digitais dá a possibilidade aos surfistas de arriscarem mais nas suas sessões ao não terem a pressão de tempo e não estarem sujeitos às condições do mar no dia da competição, como acontece no clássico formato competitivo, um ponto a favor para os competidores, como disse Nathan Florence sobre o evento digital da Triple Crown Havaiana.

“Isso é o que há de melhor neste evento. Iremos ver os surfistas diversificarem. Eles irão ser muito mais experimentais e extrovertidos nas sessões para os clipes que irão enviar” – disse o surfista havaiano.

Como a plataforma da Surf Web Series refere, as competições digitais são uma resposta aos desafios atuais e o seu objetivo é conectar surfistas, parceiros e fãs através da internet, mas irá este formato competitivo diminuir a sua ação pós pandemia ou estaremos a assistir ao início do futuro do surf competitivo?