Factos que marcaram a "stoke" do Surf em 2016, por cá e lá por fora. Factos que marcaram a "stoke" do Surf em 2016, por cá e lá por fora. Foto: DR sexta-feira, 30 dezembro 2016 17:52

10 IMPORTANTES ACONTECIMENTOS DO SURF EM 2016

Confirma os factos que marcaram o ano no Surf... 

 

A hora é chegada uma vez que o ano está a terminar. Eis então dez momentos marcantes do surf, nacional e internacionalmente, que tiveram lugar durante o ano de 2016. São apenas personalidades, factos e/ou eventos que de uma forma ou de outra ajudaram a marcar a temporada passada. 

 

A análise, convém reforçar, é delicada, subjetiva, esteve a cargo da redação Surftotal, e não segue qualquer ordem específica. Boa leitura! 

 

 

A QUALIFICAÇÃO DE KIKAS PARA A CHAMPIONSHIP TOUR

Ainda é difícil de acreditar! Frederico Morais, jovem surfista de 24 anos, natural de Cascais, conseguiu um feito que muitas alegrias trouxe para o surf nacional. Ele conseguiu a qualificação para o World Championship Tour da World Surf League, a primeira divisão do surf mundial, a liga profissional, aquela onde todos os surfistas de topo querem competir. Foi o segundo português da História a consegui-lo, a seguir a Tiago Pires. Morais, que detém dois títulos de campeão nacional open (2013 e 2015), arrancou dois fantásticos segundos lugares nos QS10000 (os mais valiosos do circuito mundial de qualificação) em Haleiwa e Sunset Beach, terminando o ano no 3.º lugar do ranking do QS. Além disso, esteve ainda a lutar pelo prestigiado troféu da Hawaiian Triple Crown, mas o afastamento prematuro do Pipe Masters deixou-o a apenas 524 pontos de alcançar tão importante e única façanha. Em todo o caso, é bom que se diga em alto e bom som: amigos, a ressaca acabou! O WCT volta a contar com um português e por esse motivo também mais interessante de seguir. 

 

>> Lê mais sobre a carreira de Kikas aqui

 

 

ANO AVASSALADOR DE JOHN JOHN 

Finalmente! 2016 foi um ano dominador e avassalador por parte do havaiano. Depois de tantas promessas e vaticínios, John John Florence alcança o primeiro título mundial da carreira aos 24 anos. Tardou, mas aconteceu! E fê-lo, para nosso gáudio, durante o Meo Rip Curl Pro, a etapa portuguesa do World Tour, que veio a vencer com um domínio sem igual, nas ondas dos Supertubos e frente ao norte-americano Conner Coffin. Mas isto não foi tudo o que JJ conseguiu este ano, pois, logo no início do ano, estávamos ainda em janeiro, sagrou-se campeão do tradicional Eddie Aikau em Waimea Bay. Que estrondo! No final do ano, neste mês de dezembro, fechou a temporada com a terceira vitória na Triple Crown havaiana. Uma peça recente refere que John John foi o surfista mais bem pago em 2016, auferindo mais de 6 milhões de dólares, cerca de 700 dólares à hora. Enfim, a profecia concretizou-se e isso é o que interessa. . 

 

>> Vê a lista completa dos mais ricos aqui.

 

 

SURF ALCANÇA ESTATUTO OLÍMPICO

Cem anos depois de Duke Kahanamoku (considerado o pai do surf moderno) ter solicitado ao Comité Olímpico a inclusão do Surfing nos Jogos Olímpicos, eis que o sei pedido foi atendido e aceite. Corria o dia 3 de agosto quando o Comité Olímpico Internacional apresentou oficialmente o Surf como uma das modalidades que irá fazer parte dos Jogos Olímpicos de 2020, a realizar em Tóquio, no Japão. A sua introdução foi consumada e oficializada na 129.ª reunião do Comité Olímpico Internacional, que teve lugar nessa mesma data no Rio de Janeiro, Brasil. O processo foi longo e complicado, resultando de um grande trabalho efetuado pela ISA - International Surfing Association e do seu presidente, Fernando Aguerre. O sonho cumpriu-se. O Surf vai estar presente nas Olimpíadas de 2020 e este poderá ser um momento que poderá trazer muitos benefícios à modalidade e à sua indústria. 

 

>> Conhece os passos mais importantes para a inclusão do Surf nos Jogos Olímpicos

 

 

NAZARÉ CHALLENGE E OS PORTUGUESES NA FINAL

O Nazaré Challenge, que teve lugar no passado dia 20 de dezembro, foi a primeira prova portuguesa do Big Wave Tour da World Surf League da história, juntando-se à lista de eventos do Hemisfério Norte. Foi uma jornada e peras, quer para quem esteve envolvido diretamente na prova, mas também para quem ficou a acompanhar o desenrolar da ação através do live webcast ou no topo do Farol de S. Miguel Arcanjo. Em nada desiludiu. Muito pelo contrário, por esta altura muito dificilmente alguém terá coragem de contestar as qualidades (únicas) da Praia do Norte. Esta foi, sem dúvida, uma jornada onde ficou comprovada toda a pujança das ondas do Canhão da Nazaré e a adrenalina que este provoca a quem se atreve a aventurar pelas suas águas. No final, foi o australiano Jamie Mitchell, de 39 anos, quem dominou e acabou por levantar a taça de vencedor. A cereja no topo do bolo foi a presença de João de Macedo e António Silva no leque dos seis finalistas, mostrando à comunidade internacional que nós não só temos a afamadas Big Waves, mas também a armada, os “big cojones”, enfim, os homens necessários para as conquistar. Nesta edição inaugural do BWT português, João de Macedo foi terceiro e voltou a mostrar - em grande estilo - que é um verdadeiro waterman. Até 2017 meus amigos! 

 

>> Vê aqui um vídeo fantástico do evento com a PN como nunca a vimos

 

 

JUNIORES PORTUGUESES VENCEM EUROSURF 

As praias portuguesas estão invadidas de jovens surfistas, mas isso não basta, são também precisos resultados que mostrem que o surf português está em evolução e no bom caminho para se tornar uma das verdadeiras potências mundiais. Foi isso que aconteceu no EuroJunior 2016, disputado no início de dezembro em Marrocos. A seleção nacional não só se tornou campeã europeia, frente à Espanha e após vinte anos de jejum, como conseguiu ainda um marco histórico: colocou 12 dos 14 atletas que constituíam a equipa em fases finais da competição. Wow! Após sete dias intensivos de competição, Afonso Antunes (sub-14) e Mafalda Lopes (sub-18) conquistaram as medalhas de ouro, enquanto Francisca Veselko ficou com o bronze e Luís Perloiro com a prata, ambos em sub-18. Jácome Correia, também em sub-18, e Salvador Couto, em sub-16, ficaram com medalhas de bronze. É bom sabermos que não é só no futebol que somos bons. Gigantes é o que todos foram. Parabéns a toda a equipa!

Nota especial também para Teresa Bonvalot que conquistou, este ano, o Pro Junior Europeu. 

 

>> Vê aqui o vídeo da comemoração.

 

 

FAMÍLIA HENRIQUE E A DUPLA CONQUISTA NACIONAL

Este foi um ano em cheio para a família Henrique que viu dois dos seus membros, Pedro e Carol, irmãos de sangue, conquistarem pela primeira vez os títulos nacionais de surf open. Estávamos ainda em agosto quando Carol Henrique, de 21 anos, assegurou o primeiro título da carreira nas ondas de Ílhavo - ao vencer o Miss Sumol Cup, prova especial da Liga Moche que conta pontos para o nacional open. A temporada acabou por ser notável para a jovem surfista de Cascais que, no seu segundo ano de participação, conseguiu vencer quatro etapas (Caparica, Porto, Praia Grande e Ílhavo) selando assim o ano com chave de ouro. No último mês de outubro, durante o Huawei Cascais Pro, foi a vez do seu irmão, Pedro Henrique, de 34 anos, conquistar o seu primeiro título em Portugal. O experiente surfista não venceu a derradeira prova, ficou-se pelas meias finais, mas acabou por superar a concorrência nas contas do ranking. Como nota de rodapé, vale mencionar que o surfista luso-brasileiro detém alguns feitos muitos importantes na carreira, como foi o título mundial júnior conseguido em 2000 e a qualificação para o World Tour em 2006, onde competiu, lado a lado, com grandes nomes da elite mundial. Entretanto, a luta pela qualificação ao Championship Tour mantém-se...

 

 

 

KELLY SLATER É O ÚNICO CAPAZ DO IMPENSÁVEL

Há quem lhe chame de extra-terrestre e com razão. O norte-americano, de 44 anos, detentor de 11 títulos de campeão mundial, teve o pior arranque de temporada de que há memória, sentando-se a determinada altura no 34.º lugar do ranking mundial. No entanto, tal como um truque de magia, aproveitou a sétima etapa do World Tour - o Billabong Tahiti Pro - para dar a volta à questão. Nesse mês de agosto, ele venceu em Teahupoo e, bem... deixou os fãs agitados. Kelly já não vencia uma prova do CT há cerca de dois anos e meio, mas com esse resultado, que acabou por ser um autêntico balão de oxigénio, galgou muitas posições no ranking e acabou por terminar a temporada num fantástico sétimo lugar (conseguindo pelo caminho dois terceiros lugares em Fiji e Pipeline). Entretanto, já tranquilizou os fãs e deixou saber que vai aproveitar o defeso para tratar das mazelas (físicas), meter a cabeça no lugar e vir com tudo em 2017 com vista a conquistar o 12.º título mundial da carreira. Rei há só um, é este e mais nenhum!

 

 

SELEÇÃO PORTUGUESA EM 2.º LUGAR NO MUNDIAL DA COSTA RICA

O ISA World Surfing Games teve lugar no passado mês de agosto, na Costa Rica, e a seleção nacional, comandada pelo selecionador David Raimundo, mostrou-se ambiciosa q.b. no que diz respeito ao objetivo primário - a obtenção da medalha de ouro por equipas. No entanto, no último dia de prova, quando tudo indicava o contrário, vários elementos falharam a passagem às finais comprometendo a conquista de medalhas individuais e uma melhor posição no ranking geral por equipas. Ainda assim, a seleção portuguesa terminou em 2.º lugar, conquistando a medalha de prata por equipas pelo segundo ano consecutivo nesta competição. Portugal só perdeu para o Peru, que ficou com o ouro correspondente ao 1.º lugar, mas posicionou-se à frente dos Estados Unidos, em 3.º lugar, e de França, em 4.º lugar. A vitória fugiu por pouco, mais uma vez, mas serviu para provar que o Surf nacional tem qualidade e está no bom caminho. Ora digam lá, quem é que sabe de surf, quem é?

 

 

O REGRESSO EMOCIONAL DE MICK FANNING A J-BAY

Depois do ataque de um tubarão-branco de que foi vítima, escapando milagrosamente ileso, numa das histórias mais comentadas de sempre e que tornaram o tri-campeão mundial no segundo surfista mais conhecido de sempre (atrás de Kelly Slater, claro); eis que o australiano marcou presença na sexta etapa do World Championship Tour em Jeffreys Bay. Foi um regresso carregado de fortes emoções, mas Mick Fanning apresentou-se na África do Sul em grande forma, dando portentosas rasgadas e viajando nos tubos locais. O australiano parece ter sido feito para esta onda, fazendo da sua presença no J-Bay Open algo muito intenso e até inspirador que acabou por resultar na 22.ª vitória em CT’s. Apesar de se encontrar a ocupar a quinta posição no ranking, Fanno fez ainda mais uma etapa, em Trestles, mas acabou por sair do circuito de forma a gozar umas férias. Este é um dos surfistas que mais falta faz à elite mundial. Contudo, fica a questão: Será que veremos o seu regresso em 2017? 

 

 

A POPULARIDADE DO SURF

Deixámos este facto para último lugar porque, apesar de nos parecer evidente, acarreta também uma elevada carga de importância. Não é só em Portugal, na restante Europa, no Brasil, na Califórnia ou na Austrália que o Surf regista um crescimento exponencial. Muitas zonas do globo, como o continente africano e até a Ásia, têm vindo a gozar de um aumento do número de praticantes de surf. São os chamados surfistas. Tal facto deixa-nos, sem dúvida, muito satisfeitos e orgulhosos, pois é sinal de que a “stoke” está a chegar aos quatro cantos do globo e a cada vez mais pessoas. A International Surfing Association, por exemplo, que é conhecida por regular o surf mundial ao nível amador, detém atualmente mais de cem países-membros e teve um papel preponderante na inclusão do Surf nos Jogos Olímpicos. A World Surf League, por sua vez, é a entidade que gere o surf profissional e tem vindo a fortalecer a sua popularidade de lés a lés. A receita de ambas as organizações parece-nos simples: uma estratégia de expansão global tendo a inovação e a juventude como grandes atrativos. E nós sabemos bem que o Surf tem a capacidade única de ligar com jovens ao redor do planeta. Em suma, o Surf vai crescendo de forma sustentada, mas continua a abrir caminho.

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