Pescador Indonésio na Ilha de Rote. Ao fundo as longas linhas de Nembrala Pescador Indonésio na Ilha de Rote. Ao fundo as longas linhas de Nembrala Surftotal segunda-feira, 06 janeiro 2014 08:15

"O SURF FAZ DE NÓS QUEM SOMOS"

Notas editoriais, palavras soltas, ideias, discussão de temas, aqui a primeira delas.

 

"Nascemos ...Sem restrições, sem elitismos, 'sem interesses', sem exclusivos....

 
Sem rodeios, sem subterfúgios, é isto que somos..."

 

"O SURF FAZ DE NÓS QUEM SOMOS" -  "PARTILHO AQUI A MINHA EXPERIÊNCIA"



Desde miúdo que sempre gostei de estar próximo do mar, a explorá-lo com uns óculos de mergulho e barbatanas que a minha mãe me tinha dado. Inventava arpões com um cabo de vassoura e uma fina viga de aço que aguçava na ponta.

Sentia-me um explorador num vasto oceano, inexplorado, cheio de cores extraordinárias e formas que nunca antes tinha visto.

Ainda me lembro da primeira vez que ouvi falar de coral. Foi durante uma férias no Portinho da Arrábida em que eu e o meu companheiro de caça submarina, o João, encontrámos um raro coral vivo no qual tivemos o cuidado de não mexer. Isto porque já a minha Tia me tinha avisado sobre o cuidado que devíamos ter.


Na altura nunca pensei ficar para sempre, na minha vida e profissão, ligado ao maior elemento que existe na natureza, o Mar.

A palavra “Surf” entrou no meu vocabulário quando vi, pela primeira vez, na televisão imagens de surfistas no Hawaii a descerem umas grandes ondas. Essas imagens marcaram para sempre a minha vontade de saber mais, de experimentar, de procurar nas praias perto de minha casa aquelas ondas.

Tudo acabaria por acontecer pela primeira vez com uma prancha de esferovite e uma t-shirt nas ondas da praia de Leça da Palmeira. Tinha 17 anos e a minha vida tinha chegado a um ponto de viragem. Foi uma experiência fantástica (a prancha, essa, ficou em dois).


Andava no liceu, chumbo atrás de chumbo, os meus pais a perder a paciência e a desesperar quando, por fim, tudo começou a acontecer naturalmente. Fiz o curso até ao fim, tudo seguido. Uau, o Surf mudara a minha vida.


Seguiram-se bastantes anos de muito surf, principalmente ao fim-de-semana e, nas férias, muitas viagens pelos picos de Portugal. A formação de um clube, numa terra onde o mar não existe, a Maia. Muitos campeonatos intersócios, reuniões semanais, participações nos campeonatos interclubes, organização de campeonatos nacionais, cursos de juízes, de treinador de surf. Enfim, uma simbiose total da minha vida com o surf.

Seguiu-se o primeiro emprego em Agricultura, a área da minha formação, isto antes de ter mudado para os estudos ambientais: tinha de estar perto do mar, do surf. Depois, surgiu o convite de uma marca portuguesa que queria lançar-se num mercado que, já na altura, ou seja há 15 anos, era jovem, inovador, “fixe”, uma onda diferente da qual a malta nova que estava sempre na moda tinha. Aí já tinha percebido os segredos de um vestuário que identificava um estilo de vida que apenas alguns conheciam.

 
Viajei de Norte a Sul do País, por Espanha com o projecto no qual acreditava: uma marca portuguesa que poderia ter uma filosofia idêntica e, simultaneamente, ainda mais original que as marcas australianas e americanas. Um sonho.

Depois, veio a frustração, a perda de trabalho, e com ela a concretização do maior sonho e, simultaneamente, maior medo, a criação da minha própria empresa ligada ao Surf. Tinha, então, a possibilidade de fazer do Surf a minha vida. Tratava-se de um projecto editorial cujo objectivo passava por mostrar o que de importante se passava no surf e simultâneamente fazer chegar o Surf ao maior número de pessoas possível. Sem restrições, sem elitismos, "sem interesses", sem exclusivos.


Uma revista? Sim queria muito…Mas era demasiado cara. Depois, através da indicação de uma grande amiga minha, alguém que foi fundamental para me ajudar a materializar o projecto, lembrei-me: um site, claro, a Internet….Na altura estava a dar os primeiros passos, só havia informação mensal nas revistas de surf portuguesas, “okay”, tinha encontrado uma lacuna. Uma oportunidade, a oportunidade da minha vida. Podia transmitir informação sobre o mundo do Surf português e internacional diariamente, havia sede e necessidade dessa informação… Meu Deus… como não tinha pensado nisso antes?!

Nome. Tinha de ser abrangente, global. Quais os domínios disponíveis? Tinha, também, de dar para internacionalizar, um dia, mais tarde. Foram muitas as trocas de ideias com amigos…Muita consulta…Muita pesquisa…SURFTOTAL. Ali estava o nome ideal.



E foi assim que, em pleno ano de 2000, surgiu a SurfTotal.

Hoje, 06 de Janeiro, inauguramos, oficialmente, a nossa nova versão inglesa, a nossa versão e nova marca indonésia.

 
Este é um projecto em crescimento internacional que apenas pode acontecer devido a um trabalho muito consistente de uma excelente equipa, leitores fiéis, aos excelentes surfistas portugueses e, claro, graças a todos os parceiros que temos tido e que nos têm permitido continuar a trabalhar para este objectivo: fazer chegar o Surf ao maior número possível de pessoas.

Sem rodeios sem subterfúgios, é isto que somos.

Um obrigado sincero a todos e um Excelente 2014. Este vai ser um ano que vai continuar a exigir que toda a comunidade de Surf rume (e reme) para o mesmo lado. Uma comunidade na qual a Surftotal se orgulha de integrar e que vai (já está) a ajudar este País a encontrar o seu Rumo. O Mar.




Por Pedro Almendra Ribeiro, diretor da SurfTotal


 

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