O camisola 7 da World Surf League, neste momento ainda líder do ranking da World Tour, regista onze vitórias em campeonatos da divisão máxima do surf mundial, até hoje arrecadou mais de dois milhões e meio de dólares em prémios e aos 34 anos detém três títulos mundiais de surf (conseguidos em 2007, 2009 e 2013).

Por si só, isto poderia subir à cabeça de qualquer um. Mas não à de Mick Fanning que, embora tenha perdido em Portugal uma boa chance de se distanciar dos seus adversários ou até mesmo de selar as contas de mais um título mundial, voltou a mostrar perante os seus fãs uma compostura única, a humildade e a serenidade a que já nos acostumou.

Ninguém gosta de perder e não deve ter sido fácil digerir o afastamento precoce do Moche Rip Curl Pro Portugal às mãos de Frederico Morais, na ronda 3, um dos wildcards locais que entretanto já se encontra nos 1/4 de final e deixa antever um resultado histórico para o surf português.

No entanto, quando soou a buzinadela final, o carismático surfista australiano não gritou, não esperneou, não fez gestos para o painel de juízes e nem socou que nem um louco a fibra da sua prancha de surf. E reparem, qualquer um poderia perder a cabeça naquele momento.

Ao invés, o comportamento do aussie foi educado e de extrema tranquilidade. No meio da sua típica humildade, Fanno remou em direção a Kikas e deu-lhe os parabéns pelo feito. Uma vitória é uma vitória… e o gesto do campeão australiano foi, sem qualquer margem de dúvida, bonito de se ver. Este foi, definitivamente, um grande momento de fair play no mundo do surf.

Não é só nas vitórias que podemos ver a fibra de um verdadeiro campeão. E tu, Mick Fanning, és e serás sempre um verdadeiro campeão para nós.

Boa sorte para Pipeline!

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Texto: AF // Fotografia: Pedro Mestre/WSL.