POÇOS DE PETRÓLEO REJEITADOS NO ALENTEJO
Intenção de abertura de poços de petróleo rejeitados por ONG's, empresários e autarquias...
O consórcio entre a Eni e a Galp anunciou em março a intenção de abrir um poço de petróleo, este verão, em Portugal, o primeiro em águas profundas e que ficará situado na costa alentejana, a cerca de 80 quilómetros de Sines. O poço será, numa fase inicial, de caráter exploratório, mas já foi adiantado que, em caso de descoberta de petróleo, serão abertos mais poços para estimar o tamanho e a extensão da jazida.
A organização não-governamental de ambiente Quercus mostrou-se “preocupada” com a notícia. “A ocorrência de um eventual acidente numa exploração deste género, mesmo que pontual, terá consequências avassaladoras, tanto do ponto de vista sócio-económico como ambiental, afectando irreversivelmente ecossistemas únicos e frágeis, bem como diversas espécies, incluindo aves marinhas, baleias e golfinhos”, explicou a ONGA.
Face à ausência de respostas por parte Secretário de Estado da Energia, a Associação de Municípios do Algarve decidiu avançar com a interposição de um processo judicial, com o objectivo de travar o contrato de concessão de duas explorações de petróleo em terra, atribuídas em setembro do ano passado à Portfuel. Pretendendo discutir a legalidade destes contratos, os autarcas defendem que este tipo de exploração não é compatível com a atividade turística e que acarreta riscos brutais para esta região.
“A forte contestação a projectos desta natureza que se está a verificar, não só no Algarve mas também em outras regiões do país, por cidadãos e entidades representativas de vários setores com enorme importância económica, como o Turismo, o Imobiliário, a Agricultura e as Pescas, é razão suficiente para o Governo Português suspender todos os projetos de prospeção a decorrer em Portugal e proceder aos estudos de impacte ambiental essenciais a uma consulta pública até hoje inexistente”, garante a Quercus.
Segundo a associação ambiental, o futuro de Portugal deve passar por investimentos mais sólidos em energias renováveis compatíveis com a conservação da natureza, assim como pela eficiência energética, ao invés da aposta na exploração de hidrocarbonetos, que entra em contradição com os compromissos assumidos pelo Estado Português na cimeira COP21.
O consórcio que avançará com a prospeção de petróleo ao largo de Sines, no verão, é composto pela italiana Eni (70%) e pela portuguesa Galp Energia (30%) e detém três concessões (Lavagante, Santola e Gamba) que abrangem uma área total de aproximadamente 9.100 quilómetros quadrados.
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