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Carlos Andrade - dos 'courts' para as ondas da Ericeira
Um dos melhores basquetebolistas portugueses de sempre apaixonou-se pelas ondas em Ribeira d'Ilhas.
Carlos Andrade dispensa grandes apresentações no mundo do basquetebol nacional. Internacional português de origem cabo-verdiana, e atual jogador do Sport Lisboa e Benfica (onda já soma mais de uma dezena de títulos), conta com passagens pela Portugal Telecom, Queluz e FC Porto, e ainda se aventurou no estrangeiro, tendo jogado na Universidade de Queens, nos EUA; na Alemanha alinhou pelos Francfort Skyliners e passou por Espanha, no Bruesa GBC. Foi nas águas da Ericeira que Carlos descobriu uma nova paixão: o surf, e em conversa com a Surftotal, o talentoso extremo contou tudo sobre a sua ligação às ondas.
Quando começaste a surfar? O que te levou a envolver com este desporto?
A primeira vez que surfei foi há quase 8 anos, mas infelizmente não podia surfar com a regularidade que queria pois os treinos de basket não eram compatíveis. Desde que comecei a ir para a Ericeira de fim‑de‑semana e férias com 14/15 anos para casa de um amigo, meu fiquei encantado e deslumbrado com o surf... nessa altura tinha experimentado o bodyboard, por ser mais fácil e por amigos meus terem material para me emprestar. Eu sempre quis experimentar fazer surf, mas não tinha dinheiro para comprar o material necessário. So mais tarde tive dinheiro e coragem para experimentar.
Achas que de alguma forma te tem ajudado na tua carreira como jogador de basquetebol - e no teu dia a dia?
Na minha carreira como profissional não posso dizer que me tenha ajudado muito, pois durante muitos anos tentei evitar surfar durante o ano desportivo, com receio de me lesionar, mas este ano confesso que arrisquei um bocado e fui com muito mais regularidade. Mas posso dizer com muita sinceridade que me ajudou bastante, não só fisicamente mas também psicologicamente. O contacto com o mar deixa-me sem dúvida mais equilibrado. Os desafios que o surf apresenta são pequenas "lições" de como saber lidar com o medo e frustração mas por outro lado, um sentimento de superação ao apanhar uma onda (por muito pequena que seja).
Como concilias as duas coisas?
É bastante difícil conciliar as duas coisas, pois só posso surfar quando tenho folgas, e muitas vezes as minhas folgas não coincidem com boas condições para surfar.
Costumas acompanhar competições? Nomeadamente provas do WCT?
Sim, sempre que posso e são transmitidas na televisão, eu tento acompanhar. Quando não transmitem eu vou online e vejo os resultados dos heats.
Tens um surfista favorito? Quem achas que vai ganhar este ano o WCT?
Claro que tenho. O Saca e o Frederico Morais são dois surfistas nacionais que eu gosto muito de ver surfar, cada um com o seu estilo próprio. Internacionais, gosto do Kelly Slater porque acho incrível o que ele está a fazer aos 43 anos! E gosto muito do M.Fanning, gostaria que ele ganhasse o WCT.
Que prancha usas? Considerando que tens quase 2 metros...
(Risos) Tenho uma Spyder, 7'4!
Qual o teu pico preferido?
Ribeira d'Ilhas.
Numa altura em que acabas de ganhar o tetracampeonato com o Benfica, e com tantos títulos na tua brilhante carreira, como perspectivas o teu futuro no basket?
O meu futuro no Basket passa muito por desfrutar ao máximo os últimos anos da minha carreira. Aos 37 anos só posso estar muito grato a esta modalidade por me ter permitido conhecer tanta gente e tantos lugares que jamais me esquecerei.
Quando terminares a tua carreira, pensas em ficar ligado à modalidade?
Espero que sim. O meu desejo é contribuir para a modalidade que tanto me deu. Gostaria de trabalhar com jovens.
Qual a tua equipa favorita na NBA?
Gosto muito dos Lakers por causa do Kobe Bryant. Mas a minha equipa de sempre são os Bulls!