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GUIA COMPLETO DA 'KIRRA PORTUGUESA' COM ELOHE ALI
A radiografia à onda do norte e às últimas sessões de acordo com uma dos seus mais frequentes utilizadores...
No início da semana já tínhamos referido por aqui que a “Kirra Portuguesa”, vulgo “Cagas” ou “Cagalhotos”, tinha voltado a dar sinal, precisamente um ano depois de ter quebrado de gala pela primeira vez em 2015. [Lê mais aqui] Entretanto, no seguimento da peça efetuada esta semana, resolvemos falar com Elohe Ali, surfista brasileiro radicado no Porto há mais de quatro anos e um dos utilizadores frequentes do spot, para que nos contasse um pouco mais sobre as últimas sessões. Segundo as suas palavras, eis então o guia completo para a “Kirra Portuguesa”:
Até que tamanho aguenta?
Bem, tudo depende de um conjunto de fatores, bancos de areia, correntes e, obviamente, a maré certa! Estas direitas do norte têm muito poder e massa, ficam quase sempre perfeitas com 2,5 metros, no máximo 3 metros, mas eu nunca apanhei maior do que isso.
Qual o maior desafio desta onda?
No meu ponto de vista, entubar nesta onda é super difícil, pois é rápida e o tubo não é exatamente quadrado. Temos que encontrar a secção certa! Caso contrário, se escolhermos o sítio errado, ficamos no inside a levar com elas na cabeça. Eu garanto que quem entuba bem nos “Cagas” e em Espinho, consegue entubar em qualquer lugar!
“Estas direitas do norte são uma delícia de contemplar,
pois criam água na boca a qualquer um”
- A perfeição do spot há um ano atrás. Foto: Pedro "Pikas" Pimenta
Como é ser goofy nos Cagas?
Eu adoro surfar boas ondas, sejam direitas ou esquerdas! O potencial desta onda é internacional e entubar de backside é alucinante. Eu adoro! Ser goofy nos Cagas, porém, é difícil, pois temos que ter uma ótima leitura de onda, saber o momento certo para meter para dentro e controlar a prancha na trajetória certa. Aqui no norte não há lugar melhor para treinar o meu backside.
A consistência dos Cagas é comparável a outras ondas que conheças?
Bem, confesso que não é uma onda consistente, pois não é todos os dias nem todas as semanas que está clássico. Contudo, quando entra o swell certo e os fundos estão de feição, ela fica a dar durante vários dias para nosso contentamento.
Podemos compará-la, por exemplo, aos Coxos ou Ribeira d’Ilhas?
Eu não surfo muito essas ondas, por isso, não me sinto no direito de as comparar. No entanto, acho que cada spot tem o seu valor. As direitas clássicas do norte são perfeitas, tanto quanto os Coxos e Ribeira d’Ilhas. Obviamente, o crowd está em todo o lado, mas eu surfo sozinho por aqui muitas vezes. (risos)
"Ondas de 500 metros com cilindros e baforadas
que deixam qualquer surfista a desejar por tubos"
- Local a retirar proveito de condições de sonho. Foto: Pedro "Pikas" Pimenta
No que diz respeito a ondas, como correu a semana passada aí pelo norte?
Muito surf e boas ondas quase todos os dias. Tenho feito duas surfadas por dia. Matinais de direitas longas nos Cagas, apenas tubos, a experimentar pranchinhas maiores e mais grossas. Pela tarde tenho surfado em Matosinhos para aperfeiçoar o surf competitivo.
Que tipo de pranchas usas para surfar por lá?
Não uso pranchas muito grandes, mas adoro surfar bons tubos com a minha Polen 5’9” que é uma prancha um pouco mais grossa e com round tail. Quando está clássico recomendo ir bem preparado, levar mais do que uma prancha. A semana passada, por exemplo, parti três pranchas em três dias! São coisas que acontecem quando queremos entubar bem “deep” e só sair após a baforada.
Última mensagem?
Ensinem as crianças a serem felizes e não ricas. Um grande abraço e ótimas ondas para todos.
Aproveita e revê a galeria de há um ano atrás, AQUI.
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Entrevista: Pedro Almendra com AF.