FEROX SURFBOARDS CELEBRA HOJE 21 ANOS DE EXISTÊNCIA

A marca de pranchas de surf opera de S. Brás de Alportel para o mundo...

 

A Ferox Surfboards, que está sediada em S. Brás de Alportel, Faro, celebra hoje 16 anos de existência. A iniciativa nasceu como projeto de fim de curso, visando a customização de pranchas e também como objeto de arte, mas acabou por reunir informação e desenvolver contatos com shapers a nível mundial. Depois de criadas todas as condições para a construção de pranchas, as portas da fábrica acabam por se abrir sob o nome de FEROX, palavra que em latim designa “Feroz”. Neste dia tão especial foi precisamente Octávio Lourenço, o pai do projeto, que fez o favor de nos dedicar alguns minutos e conceder algumas respostas.

 

Que tipo de ondas gostas de surfar?

Gosto de fazer todo o tipo de ondas, desde grande e pesado, de tubular a mole, usando sempre a prancha certa para as condições do momento. Zavial, Kanguru, Supertubos, Tavira, Coxos, Carcavelos, Praia do Norte, Ponta Preta, Padang Padang, Supersucks e Desert Point são algumas das ondas que destaco.

 

Quais são as caraterísticas das pranchas Ferox?

Penso que o carateriza as nossas tábuas é a dedicação e o amor que é empregue na construção de cada uma delas. É a escolha dos melhores materiais juntamente com a melhores técnicas de construção.

 

Estás a fazer pranchas para ondas grandes. Fala-nos um pouco sobre isso…

Estamos a fazer uns modelos específicos para ondas bem pesadas e massudas. A Nazaré tem ajudado bastante no desenvolvimento das mesmas. O feedback do Alex [Botelho] tem sido extremamente positivo. Hoje em dia estamos muito confiantes com o nosso modelo “Big Big GUN”. Sabemos que idealizámos algo que é muito bom e funcional. 

 

Fala-nos também um bocadinho dos teus projetos em cortiça…

Bem, já muito se fez em cortiça em pranchas de surf. Porém, na Ferox abordamos uma técnica diferente. Aproveitamos as fibras naturais da cortiça para atribuir um flexibilidade natural do núcleo da prancha. Assim conseguimos ter a primeira prancha totalmente feita em cortiça natural e não composta. Confesso que a prancha em cortiça superou a minha e até a expetativa do Alex quando a experimentou. Estamos de momento a fabricar mais uma…

 

 

Por onde começou o teu interesse pelos trabalhos manuais?

Desde criança sempre fui fascinado pela criação, a transformação. Os materiais, as técnicas. No Secundário segui a vertente das Artes e, posteriormente, frequentei a Universidade nas Caldas da Rainha tendo o grau de licenciatura em Artes Plásticas. Frequentei ainda uma pós-graduação em restauro e conservação do património, na Universidade Nova de Lisboa, tendo desenvolvido uma tese sobre resinas e materiais compósitos.

 

E como foi o caminho até começares a fazer pranchas de surf?

Fazer pranchas de surf foi algo que esteve sempre associado às minhas formações. Foi o meu projeto de licenciatura, por exemplo. Comecei por brincadeira a fazer pranchas para mim, mas sempre com uma grande vontade de conhecimento.

 

Quais são os teus surfistas modelo e porquê?

Em grande verdade não tenho. Aprecio muito os estilos de muitos surfistas do World Tour. Estou a adorar o trabalho e a evolução do Vasco Ribeiro, do Federico Morais, do Nicolau von Rupp, do meu atleta Alex Botelho. Mas já vem aí uma geração que também vai dar cartas. Sinto isso sempre que vou, por exemplo, à Ericeira ou a Peniche.

 

Para além do surf, que outras paixões tens?

A minha outra grande paixão é a arte em quase todas as suas formas. Que ainda consegue fugir à frenética velocidade a que tudo é feito hoje em dia. E por isso apelo à valorização da nossa cultura. Caso contrário, em breve, todos comemos hambúrgueres e vestimos que nem gangsters. Calcem botas alentejanas ou vistam o Biôco Algarvio. Portugal é a minha grande paixão.


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Entrevista: Tiago Segurado

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