Atualmente, pelas praias portuguesas, existe uma geração muito forte entre os 11 e os 14 anos. Eles são os surfistas do futuro. Por isso, fugindo por momentos aos nomes que habitualmente dominam as notícias do dia, a Surf Total decidiu investir numa série de entrevistas que visam dar a conhecer os novos rostos e talentos do surf nacional.

"Tenho 12 anos e faço surf há quatro. Nasci na Costa de Caparica, mas não sou local da zona, apesar de ser um dos meus spots preferidos. No meu primeiro ano de surfista treinei com o meu pai, mas depois passei a treinar com o Nuno Telmo e o David Raimundo da APS (Academia Profissional de Surf).”

Foi desta forma que Joaquim Chaves, ou Quim Jó para os amigos, se apresentou à equipa. Vale realçar que só este ano ele conseguiu duas importantíssimas conquistas para o currículo desportivo: venceu o Circuito Samadi e tornou-se Campeão Nacional de Esperanças, na categoria sub-12, pela primeira vez na vida. Vejamos então o que mais nos revelou…

Conta-nos quando, como e porque te iniciaste no surf?

Eu comecei a surfar com os meus pais que sempre fizeram surf. Na altura andávamos sempre de autocaravana atrás de ondas. De início eu não achava muita graça ao surf, até que experimentei mais a sério e adorei.  

Como é a tua rotina hoje em dia?

Tenho três treinos por semana de mar e um de preparação física com o professor Paulo Cipriano Badajoz na FMH. Nos outros dias, quando não tenho que estudar, vou surfar.

Que tipo de surfista consideras ser neste momento e gostarias de vir a ser um dia?

Eu acho que sou um surfista muito focado e em constante evolução. Os estudos são, obviamente, a minha prioridade, mas gostava muito de um dia poder vir a ser surfista profissional.

E, em termos gerais, quem são os teus surfistas preferidos?

Os australianos Julian Wilson e Taj Burrow são claramente os meus surfistas preferidos...

E no que diz respeito à nova geração lusa, assim como tu, quem é que se destaca e poderá chegar longe um dia?

A minha geração está a produzir muito bons surfistas. Temos o Afonso Antunes, o Martim Paulino, o Martim van Zeller, o Manel Teixeira, o Zé Ribeiro e muitos outros. Noutro patamar, um pouco mais velhos, são também de destacar o Guilherme Ribeiro e o João Vidal.

Até ao momento, como foi a tua melhor sessão do ano?

As melhores sessões de surf da minha vida foram nas Maldivas com os meus amigos. Aliás, Chickens e as suas longas esquerdas, no Atol Norte de Malé, nas Maldivas, são definitivamente a minha onda preferida.

Em termos competitivos, qual o campeonato que te deu mais prazer até hoje? 

Sem dúvida, foi o campeonato da finalíssima de esperanças em Peniche, onde consegui sagrar-me campeão nacional sub-12 de 2015. Esta prova deu-me um gozo especial uma vez que este era o meu último ano de sub-12 e também porque foi o primeiro título que conquistei a nível nacional. 

Última questão. Obviamente, o surf domina o teu dia a dia, mas na verdade até onde queres chegar?

Eu, tal como todos os miúdos da minha idade, ambicionamos chegar ao WCT. Sabemos que é muito difícil, mas acredito que alguns de nós vão mesmo conseguir lá chegar. E, se possível, gostava de ser eu.

As marcas que apoiam o Quim Jó são a O'Neil Portugal, Joaquim Chaves Saúde, Surfer Store, Absorvit, Fonte Viva, Matta Shapes e Surf Rec.

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Entrevista: AF // Fotografia: Gonçalo Silva