"Escolhi Portugal para a minha fábrica DHD pois é um centro do surf europeu"

Darren Handley em entrevista à Surftotal: "Estou à procura do melhor júnior europeu para o ajudar a ser campeão mundial"




O lendário shaper australiano Darren Handley conta com um portefólio de fazer inveja, ou não fosse ele uma dos profissionais mais requisitados do mercado e o criador de pranchas para campeões mundiais como Mick Fanning ou Stephanie Gilmore. A Surftotal aproveito a estadia do shaper australiano no nosso país - onde de resto opera a fábrica DHD Europa -, para lhe lançar algumas questões.




Toda a gente pode surfar, mas será que toda a gente pode ter um prancha DHD?

Toda a gente pode surfar, e todo o surfista pode ter uma DHD. Penso que as pranchas que eu faço hoje em dia, todos podem surfar com elas, independentemente se és um pro ou um iniciante. Todos os meus modelos conseguem satisfazer o que o mercado procura.

 

Ouvimos dizer que as tuas pranchas fazem milagres, que há até quem prefira ficar semanas ou meses à espera para ter uma DHD, porque sabem o quanto isso vai melhorar o seu surf. Qual a filosofia por trás das pranchas DHD?
Sim, fiz muitas pranchas quando comecei, para o Mick Fanning, 4 vezes campeão mundial, para a Stephanie 7 vezes campeã mundial, assim como para outros grandes surfistas. Mas a minha maior filosofia, enquanto DHD, é que o vento, o swell as marés, não esperam por ninguém, o que significa basicamente que se tens tempo estão boas ondas, então aí tens de aproveitar e ir surfar.  Basicamente é por isso que faço pranchas, para eu próprio ter tempo para surfar. Odeio quando estão boas ondas e tenho de trabalhar. S
im e não deverá demorar mais de 3 a 4 semanas para que uma prancha de surf esteja pronta.

 

Portugal é o país europeu com mais evenos de surf. Os fãs e surfistas estão a crescer exponencialmente - esses dados foram importantes para ter a fábrica europeia da DHD situada aqui - na Mindlx?
É muito bom ter uma fábrica de pranchas em Portugal, pois neste momento Portugal é um dos principais polos de competição, com todas estas provas WQS assim como o WCT, é muitíssimo importante para mim e para o meu team, ter o apoio da fábrica DHD na Europa que se situa em Portugal. Com o crescimento exponencial do Surf na Europa, nós achamos que é em Portugal que a fábrica se deveria basear e aí dar suporte e fabricar DHD para toda a Europa.

 

Qual o balanço dos últimos dois anos da DHD Europe em Portugal?
Estes dois últimos anos de DHD em Portugal têm sido baseados em qualidade. Temos trabalhado com o Tiago da Mindlx e escolhemos esta fábrica, devido à qualidade que esta tem, todos os processos de fabrico e materiais são exatamente iguais aos que acontecem na fábrica Australiana DHD. Portanto estes dois últimos anos todo o nosso trabalho tem sido à base de qualidade e serviço.

 

A equipa internacional da DHD é incrível, com dois campeões do mundo como o Mick Fanning e a Stephanie Gilmore. Em Portugal têm o Francisco Alves. Qual o perfil que procuram nos riders da DHD? 
Eu faço a seleção dos meus team riders a dedo. são aqueles que querem ser e têm o potencial de ser campeões. Eu não faço pranchas para surfistas que querem ser grandes surfistas, mas sim para aqueles que querem ser os melhores dos melhores. Quero ajudar os surfistas que querem ser os melhores dentro do free surf ou campeões do mundo. Tem sido sem dúvida um dos segredos do sucesso da DHD, com o Mick Fanning e a Stephanie Gilmore a ganharem tantos títulos mundiais. E neste momento tenho estado aqui com o Jack Freestone a vê-lo surfar no Cascais Billabong Pro… ele não ganhou o evento mas garantiu uma vaga no CT no próximo ano, se repararem neste surfista ele é incrível. Bom e estou também à procura do surfista junior europeu que seja o campeão e eu o possa ajudar a ser um dos próximos campeões do mundo.


Falando do mercado global, como analisas o mercado asiático? A DHD tem chegado a surfistas indonésios e filipinos, por exemplo? Isso é uma meta? E sobre a Europa?
A minha estratégia no Mercado Mundial com a DHD é perceber o que as pessoas procuram como prancha, assim como os modelos que servem melhor as pessoas. Temos feito um grande esforço no Mercado Americano assim como no Mercado Asiático. E em 2016 é a altura em que vamos investir forte no Mercado Europeu, tal como disse antes, é tudo uma questão de qualidade e serviço. Em 2016 haverá para além destes dois items essenciais, um forte fornecimento para toda a Europa, principalmente para as surfshops, terei uma preocupação em perceber o que as diferentes localidades e mercados dentro da Europa pretendem. Estejam atentos pois vou visitar todas as melhores surfshops na Europa.

 

Portugal em cinco palavras?
Ondas, Sol, Peixe, Vinho e Gastronomia.

 

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