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"SINTO ORGULHO POR TER GANHO UM LUGAR NESTE GRUPO"
João de Macedo voltou a competir entre a elite das ondas grandes em Punta Galea. Falámos com ele para saber como foi.
O destemido big rider português João de Macedo é também pioneiro: foi ele o primeiro português a garantir um lugar no Big Wave World Tour. Depois de uma ano complicado, com uma lesão grave no joelho e a saída do BWWT, João voltou, há dias, a competir entre os melhores, no Punta Galea Challenge. Chegar à prova não foi fácil, participar também não. Mas João está habituado a adversidades, e encara-as com um espírito invejável. Falámos com ele sobre esta prova, bem como sobre as suas parcerias com a ORG Surfboards, e mais recentemente, com a FCS.
João, como foi o regresso à competição no BWWT?
Foi óptimo estar de volta com este grupo incrível de surfistas e amigos... o Alex Botelho também veio comigo e mostrou alto surf e pica para estar neste grupo - é uma grande comunidade, competitiva, mas também muito unida dada a natureza do que fazemos. Sinto orgulho de ter ganho um lugar neste grupo de surfistas. O projecto EDP Mar Sem Fim apoiou em parte esta ida e em geral a criação de mais valores do surf de ondas grandes portugueses - e o Alex é sem duvida um desses talentos.
Soubemos que a tua viagem para Punta Galea foi atribulada, conta-nos como foi.
Foi horrível! O carro de aluguer estragou-se... tivemos que arranjar um carro de substituição às tantas da noite, se não fossem as meninas da GoldCar do Porto estávamos tramados e nem tínhamos chegado a tempo ao campeonato. Esperaram por nós, deram-nos um carro de substituição e entre o Alex e o Ricardo Damásio a conduzir, chegamos ao campeonato uma hora antes de começar! Foi um milagre ter participado... tive pena da minha performance e de não ter encontrado as ondas boas, mas dei tudo por tudo e senti-me em boa forma física para enfrentar as condições mesmo com péssimo descanso.
A logística para estar numa prova destas não é fácil, dado o facto de terem de preparar tudo com pouca antecedência...
Somos avisados com 48 horas de antecedência! O ponto é que a preparação começa muito antes e ao longo da época... faz-me rir um bocado os actuais gurus do treino de surf, que querem que o surf seja mais previsível para poderem preparer os picos de forma e isso tudo... e claro, temos que ter atenção a carga dos treinos, e etc, mas a verdade é que a experiência e forca psíquica é o que faz a diferença nestes momentos e isso não se aprende numa sala de aula. Teoria é importante, mas a experiência internacional é o mais importante para treinadores que se queiram intitular como os peritos ou mais credenciados do surf. Penso sempre no Zé Seabra e como é uma grande pena ele não ser mais respeitado e chamado pela FPS.
Em relação à etapa de Punta Galea, condições duras… Como te sentiste?
Esteve duríssimo na quinta feira... Condições mesmo duras, estava com alta gun shapeada pelo Rabbit da ORG Surfboards e realmente fiquei triste de não conseguir mostrar o meu surf
Tens expectativas para entrar em Pe’ahi ou Todos os Santos? E já agora, se tivesses de optar por uma, tens preferência?
São as duas ondas incríveis e bem difíceis de backside... estive a pensar com o Alex como seria positivo estarmos nas sessões de free surf mesmo se não estivermos no campeonato, mas agora sem patrocinadores principais fica tudo mais difícil para mim.
Assinaste há pouco com a FCS, como surgiu essa parceria. E por falar em parcerias, como tem sido a tua experiência com a ORG?Animou-me imenso assinar com a FCS e realmente ter o melhor equipamento do mundo é fundamental para estarmos entre os melhores, é com essa base que o meu trabalho na ORG tem sido desenvolvido, uma marca e equipa nacional que se bate e faz como os melhores do mundo. É essa a atitude que os melhores surfistas nacionais já têm e com marcas e empresas como a ORG vão continuar a ter! Como dizemos: BORA LA!