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GONÇALO OSÓRIO: "O MELHOR SURFISTA É O QUE TIVER O MELHOR SORRISO!"
Ficámos a conhecer os próximos projetos do artista e "soulsurfer". Mas recordámos os antigos também!
Será que te lembras deste pequeno filme? Se não te lembras, estamos aqui para te relembrar. “If in doubt paddle out” é uma curta da autoria do realizador neozelandês e surfista Andrew Blackman inspirada no clássico filme “Point Break”. Produzido pela Rapture Camps em associação com NorthWard Digital APS, a curta-metragem foi gravada na Ericeira, e contou com a participação de Gonçalo Osório. Este artista, pintor, escultor, ourives, assistente de produção e neste caso também ator, esteve à conversa com a SurfTotal sobre este pequeno filme, gravado em 2013, e muito mais.
Como surgiu o projeto da curta e o convite para fazeres parte?
Surgiu por mero acaso, estava pela Ericeira (como sempre) e fui até à Magic Quiver Surf Shop estavam lá uns "bifes" a falar com o Rui (dono da loja) sobre um filme que eles pretendiam fazer na Ericeira. Como eu trabalho em filmagens o Rui apresentou-nos e começamos a ver maneiras de os ajudar a produzir o projecto, daí arranjámos varias soluções tanto a nível de adereços, locais, pessoas para participarem e também nível técnico.
Quando foram as filmagens?
Não sei bem, mas foi no principio do verão de 2013.
Como foi? Recordas-te de algum episódio ou episódios engraçados?
Foi muito giro, a equipa era pequena, divertida, fartei-me de rir e de surfar! Quanto a episódios giros houve vários mas houve uma cena do filme que foi filmada de noite e era preciso luzes… Eu telefonei a um colega meu que é gaffer (chefe electricista) a ver se ele podia ajudar e o Joca disse que não estava a fazer nada e que ia ter connosco para ver o que se podia arranjar. A ideia era só um gerador dos pequenos e um pequeno projector… No fim foi alta parafernália de equipamentos. Nesse dia de filmagem eu estava a trabalhar noutro projeto e não pude ir. No dia seguinte o diretor de fotografia virou-se para mim e disse: " Nunca na vida tive um gaffer tão bom e tão profissional!" Ele respondia sempre "Yes sir!". A verdade é que o Joca é um dos melhores gaffers portugueses e dos mais ocupados, trabalha a maior parte do tempo em filmes de publicidade nacionais e internacionais.
Qual achas que é a mensagem deste pequeno filme?
Bem, para mim o filme é um retrato do que se passa muitas vezes na vida real, os “bifes” chegam aqui ou a outro lugar no mundo onde haja ondas para surfar e não têm a mínima ideia do que é. Chegam armados em espertos a pensar que já são surfistas quando na realidade são mesmo um perigo tanto para eles próprios como para os outros. De noite e de dia fazem-se passar por surfistas para as “babes” e falta-lhes a humildade para pedir ajuda e assumirem que são uns meros “beginers”. Este aprendeu a lição.
Tens vários projetos de trabalhos com reciclagem de materiais. Estás a preparar algum agora?
Neste momento estou um pouco parado a nível artístico mas em outubro espero arrancar com um projeto novo com materiais provenientes de um restaurante de sushi aqui da Ericeira chamado Uni Sushi (muito bom) e com pranchas partidas que me foram dadas pelo Nick Uricho, da Semente.
Qual foi o trabalho que fizeste até hoje que mais te marcou?
Todos me marcaram muito, todos são experiências que me marcam, pois todos são parte de mim, já fiz tantos que é difícil dizer qual o que me marcou mais. No entanto posso referir um que me marcou no sentido em que foi um trabalho que meteu o público a participar. Foi uma onda que fiz com garrafas de plástico durante o EDP Surf Pro Estoril 2012 no qual o público do campeonato me vinha trazer as garrafas que consumiam e houve pessoas que me ajudaram inclusive a colocar as garrafas na onda. Depois tinha ainda a parte interativa… Depois de pronta, as pessoas subiam para cima de uma prancha que estava no interior do tubo e eram fotografadas. Esta peça foi depois para o WCT de Peniche e mais tarde a EDP ofereceu a escultura à Camara Municipal de Peniche, ao presidente António José Correia.
Como decorreu a tua participação do Sagres Surf Culture deste ano?
Correu muito bem, foi uma experiência muito rica, pude mostrar os meus últimos trabalhos e a partilha foi enorme. Tenho de tirar o chapéu ao João Rei pela experiência que vivi e pelas pessoas que me possibilitou conhecer.
Que outros projetos tens em mãos?
Neste momento estou ocupado a ajudar a produzir um filme publicitário com carros e motas para o Reino Unido e tenho de desenhar uma t-shirt para a Fly Black Bird projecto do designer Pedro Falcão, que conheci no Sagres Surf Culture.
Enquanto "freesurfer" ou "soulsurfer", como vês a competição de surf atualmente? O que mudarias, se o fizesses?
Para ser sincero não sigo muito a competição, sei quem ganha, quem está nos tops, mas não perco horas em frente ao computador a seguir os campeonatos, salvo algumas exceções tipo Teahupoo ou quando as condições estão excelentes . Para mim o surf é curtir e o melhor surfista é o que tiver o melhor sorriso! Quanto a opiniões sobre mudanças na competição deixo isso para outros.
Patrícia Tadeia
SINOPSE: Nesta curta, Thomas, o personagem principal nunca surfou na vida e toma uma decisão muito séria após assistir ao filme “Point Break”: decide ser surfista. No começo da sua aventura, encontra dificuldades e percebe que nem tem muito jeito para surfar. Mas ao longo da história conhece um surfista que o incentiva a praticar uma aula de surf. E é aí que entra Gonçalo. Tanto Thomas como a personagem interpretada por Gonçalo são inspirados nos personagens de “Point Break”: Johnny Utah (Keanu Reeves) e Bodhi (Patrick Swayze).
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- Créditos fotos: Rui Oliveira e DR