JOÃO “BREK” BRACOURT. “NA FOTOGRAFIA HÁ SEMPRE PERIGO. ESPECIALMENTE SE FOR COM O NIC VON RUPP”

Já publicou no The Surfers Journal, The Surfer´s Path, Stab Mag, Surf Europe, Hardcore Brasil, etc e fez publicidades para marcas como a Nike e a Mercedes

 

“Durante um trabalho, pensaram que o Jorge, o meu assistente, era o fotógrafo principal e eu o assistente… só falavam com ele. Talvez tenha sido por por estar a usar a câmara dele e não a saber ligar. Era uma Canon e eu uso Nikon”, contou à SurfTotal, João “Brek” Bracourt.

 

Começou por apanhar sargos, robalos e perceves, dedicando-se à caça submarina, mas rápido percebeu que tinha jeito para a fotografia e para o surf. João tem dado nas vistas, com trabalhos publicados nas revistas internacionais de surf, mas foi em Portugal que  se lançou. “Comecei a publicar na revista algarvia “Splash”, depois na “Freesurf” e finalmente subi à primeira divisão, com o João Valente a lançar-me como fotógrafo profissional da SURFPortugal”, recorda o autodidacta.

 

Natural da Figueira da Foz, acabou por ir parar à terra da família do pai, Algarve, mas foi na Indonésia que explorou mais o seu trabalho. “Quando lá fui, as ilhas da Sumatra estavam pouco exploradas pelos portugueses, o que dava sempre bons conteúdos para as revistas. A par disso, fazia mais de dez boat trips, desde Baniak até às Mentawai, sem pagar nada e a apanhar altas ondas”, disse o fotógrafo de 42 anos, surfista desde a década de 80.

 

Quando questionado se considera que tem mais projeção lá fora, “Brek”, alcunha dada por um amigo que acabou por pegar no meio, acredita que sim, uma vez que “o mercado é um bocadinho maior.” Contudo, diz-nos que é complicado. “É difícil por causa da concorrência, mas acho que o facto de estarmos em Portugal acaba por ser uma vantagem, pois conseguimos mostrar coisas diferentes. Afinal o público já está farto de tanto Havai e tanta Indonésia.”

 

Surf, ondas e vida é o que mais gosta de captar com a lente da câmara e o seu trabalho tem como base pessoas, mas principalmente as recordações das surfadas, pois não se imagina a fotografar outro desporto que não o seu.

Diz-nos que a melhor fotografia foi a que tirou ao atleta Alex Botelho, que teve direito a publicação no “The Surfers Journal”, na “Stab Magazine”, no “Surfline” e na “SURFPortugal”. E a pior? “Talvez uma selfie…”

 

Enquanto fotógrafo da modalidade, afirma que “é uma profissão de risco”, principalmente se estiver com o Nicolau von Rupp. “O Nicolau gosta de ondas um pouco perigosas.” Rimo-nos com a justificação. 

 

Teimoso por natureza, acredita que é possível viver apenas da fotografia, “se houver um bom patrono”, o que ainda não aconteceu. No entanto, garantiu-nos que a crise não afectou o seu trabalho. “Os obstáculos para mim são desafios.”

 

Na opinião de João, em Portugal ainda há poucos fotógrafos de surf. “Espanha, França e Inglaterra têm apresentado grandes trabalhos de fotógrafos, como o Pacotwo, o Pujol, e o Mickey Smith e nós muito pouco, especialmente dado potencial da nossa costa. Talvez seja da crise”, concluiu. 

 

BS

 

 

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