JOÃO BONVALOT: "MAIS IMPORTANTE QUE VENCER OS TÍTULOS É EVOLUIR"

A SurfTotal falou com o pai de Teresa Bonvalot sobre esta pequena grande estrela.

Ela tem apenas 14 anos. É de Cascais. E tudo começou aos 7, mas com uma prancha de bodyboard. O pai esteve sempre lá, ao lado dela. Aos sete com a tal pranhca de bodyboard, e aos 9 com uma de surf. Aos 13, teve a oportunidade de competir contra as melhores do mundo numa etapa do World Tour feminino. Claro que já sabes de quem te falamos: Teresa Bonvalot, pois está claro! A SurfTotal encontrou o pai desta "estrelinha" durante a segunda etapa da Liga Moche, na Ericeira, e foi saber mais sobre uma das já grandes surfistas portuguesas. Afinal, como é que se lida com um fenómeno destes? João Bonvalot explica.


Como é ser pai de uma surfista q tem tido uma evolução tão grande nos últimos tempos?
Sempre gostei de surf, do mar, e para mim é muito natural. Não fiz competição, mas fiz vela, e durante 20 e tal anos windsurf. Depois, durante mais dez fiz kitesurf, por isso isto é natural. Comecei depois a fazer bodyboard com ela e depois passámos para o surf. Não custa nada acompanhar a minha filha em algo que está na família e é feito com prazer, mas claro que requer bastante acompanhamento, motivação e dedicação, mas é feito com gosto, claro.

 

Com que idade é que ela começou?
Começou com 7 anos no bodyboard. Dois anos depois quis mudar para o surf. Os meus amigos faziam surf e nas viagens que fazíamos no verão, para o Algarve, ela queria também fazer. Passou para o surf aos 9 anos, arranjei uma prancha e começámos a ir os dois.

 

A Teresa é muito novinha, tem 14 anos. Como é que ela lida com a exposição? Ela sabe que é um pouco uma das “estrelas” da liga?
Eu acho que ela sente cada vez mais a pressão, as pessoas falam nela, os media, e acaba por fazer um pouco de mossa. Nós os pais estamos cá para ajudar nisso, aliviar a pressão, embora eu ache que ela lida bem com isso. Não dá muita importância ao que escrevem, é raro andar em cima dos sites a ver o que falam dela. Não sei se é forma de ser ou se é para aliviar a pressão.

 

O ano passado, a Teresa teve oportunidade de participar numa prova do campeonato mundial feminino, como wildcard, no o EDP Cascais Girls Pro presented by Billabong, oitava e última etapa do World Tour feminino. Como foi?
Ela gostou imenso dessa experiência, é muito importante para todos os portugueses que isto aconteça. O surf é um desporto dos havaianos, australianos, americanos, e por isso, nós estarmos lá é muito importante e foi muito especial para ela. Foi uma boa experiência, surfar com elas, sentir que as outras também são de carne e osso e que é possível. Tudo depende dela, do trabalho dela e da vontade de querer lá chegar. Foi muito bom entrar com esta idade numa etapa do CT enquanto wildcard.

 

Mas também está numa idade de querer sair à noite. Como é nesse aspecto?
A irmã mais velha é muito mais de sair a noite, montes de amigos. A Teresa passa 80 a 90 por cento do tempo a treinar, e por isso não tem muito tempo para outras coisas. Não é muito de sair.

 

Acha que os bons resultados lhe podem trazer mais maturidade?
Acho que estes resultados são importantes principalmente para ela sentir que é capaz, são uma motivação, dão esperança e recompensam o trabalho. Está no bom caminho!

 

E a escola como fica no meio disto tudo?
Por acaso estamos super contentes, tem dado imensa importância à escola. Na primeira prova da Liga ela tinha uma prova de matemática, e achámos que ela estaria preocupada com o surf, mas não! Estava preocupada com o teste. Não queria ficar mal no teste. Tem tido boas notas!

 

Vocês, pais, acompanham-na nas etapas. Isso afecta a vossa vida pessoal ou profissional?
A profissional não, mas a pessoal modifica e orienta-nos a vida nesse sentido. É algo que gostamos, do ambiente da praia, de a acompanhar, mas muda-nos um pouco a vida. Tirar dias de férias nos fins-de-semana dos campeonatos... No ano passado, por acaso, no final do ano fiz uma viagem ao Havai com ela e mais dois miúdos. Mexe um pouco com a vida familiar.

 

No ano passado, a Teresa venceu o Mini Triple Crown, mas foi a mãe que beneficiou (risos)...
Sim, sim, ela vai ao lado, mas diz que o carro é dela (risos).

 

O objetivo dela este ano é ganhar a Liga Moche?
Quando se entra é para tentar sempre fazer o melhor possível. O objetivo é sempre ganhar. Mas acho que, mais importante que vencer os títulos, é evoluir o máximo possível nesta idade. A evolução nesta altura é o mais importante. Há ganhos e conquistas, competências que conseguimos alcançar apenas quando somos novos.  

 

Patrícia Tadeia 

 

 

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