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WCT: "ENTRAR É MEGA DIFÍCIL, MAS SE MANTER POR LÁ É DUAS VEZES MAIS"
Jadson André falou com a SurfTotal.
Texto: Patrícia Tadeia
Fotos: Rita Neves
Conquistou-nos com a sua simpatia e humildade. Era Outubro de 2013. Ainda estava calor. Não o mesmo a que está habituado no seu país de origem, mas aquele calor que, por cá, até gostamos de chamar de “tropical”, seja lá o que isso for. Mesmo com o troféu de campeão do Cascais Billabong Pro nas mãos, num dia em que ainda nem sequer tinha comido nada, Jadson André não fugiu às entrevistas. "Aturou" cada um daqueles que queriam uns minutos seus ou umas palavras.
Hoje, três meses depois, aquele dia 26 de outubro de 2013 ficou marcado pelo momento em que conseguiu uma requalificação e um passaporte de regresso ao WCT 2014, onde já não competia desde 2012. Antes de começar uma nova etapa da sua vida, de volta à elite do surf mundial, a SurfTotal foi saber como anda este brasileiro de 23 anos, numa entrevista exclusiva, que agora te damos conta.
Como está a ser a preparação para essa nova temporada?
Estou treinando bastante como sempre, mas ainda mais focado nos treinos físicos, pois sei da importância deles. E surfando também o máximo possível, pois um treino puxa o outro.
Qual a primeira prova em que você vai entrar?
Vai ser o WCT de Snapper dia 01 de março [em Gold Coast, na Austrália].
Há algum nervosismo nesse regresso à elite da ASP?
Não, estou super tranquilo! E com muita vontade de colocar a licra de competição novamente.
De quem você tem sentido maior apoio?
De todos, fãs, amigos, patrocinadores e principalmente da minha família.
A Fé é muito importante para você. Que “rituais” ou supertições religiosas você cumpre em competição e no dia a dia?
Não tenho nenhum ritual, só tenho muita fé em Deus sempre. Eu oro antes das baterias sempre e no dia a dia.
Você tem amigos no WCT? Ou só conhecidos? Se sim, quem são eles? E qual a relação que mantêm?
Sim, tenho bastante amigos! Na realidade todos são meus amigos, sendo que tenho mais intimidade com um e outro. Os dois melhores amigos que tenho são o Medina e o Fanning. Como falei, sou amigos de todos, não tenho nada contra nenhum deles. Sou amigo de absolutamente todos mesmo, mantenho uma relação melhor com o Medina por ser bem próximo dele e da família. Também sou muito amigo do Miguel... na realidade de todos brasileiros no geral.
Quando é que você começou a surfar? Como você recorda o surf na sua infância?
Eu comecei a surfar com uns 7 ou 8 anos. Tudo só deu certo no começo por causa do meu tio. Bem, se não fosse por ele no começo de tudo, eu hoje não surfaria.
O que acha que mudou no Tour hoje em dia, comparado com o ano que você entrou?
Eu tenho certeza que os atletas estão cada vez mais bem preparados e com um nível absurdo. Cada ano que passa fica mais competitivo e o nível aumenta muito. Eu acho que de 2009 para 2014, a evolução foi de 1000%.
É mais difícil entrar no Tour ou se manter lá?
Entrar no tour é super ultra mega difícil, mas se manter entre os melhores do planeta, é duas vezes mais difícil.
No início, você viajou muito com o Adriano de Souza. O que aprendeu com ele? E como é hoje a vossa relação?
Sim, no meu primeiro ano o Adriano me ajudou muito, mas muito mesmo. Sou grato por isso até hoje, mas agora é diferente, já sou grandinho e sei me virar sozinho. Temos uma relação normal.
Li numa entrevista que aconteceu com você um episódio num bar na Austrália, em que você e outros brasileiros foram vítimas de racismo. Você sente que de algum modo existe esse racismo no Tour? Ou algumas das paragens do Tour?
Isso já passou, não quero voltar ao passado, ainda mais com coisas negativas. Gosto de viver o presente e com coisas positivas que me trazem alegrias e lembranças boas.
Como é viajar tanto e manter uma relação à distância? Você se sente sozinho por vezes? Como se supera isso?
Não é fácil viajar o tanto que nós viajamos, tem que estar bem de cabeça e saber da importância do seu trabalho, da sua profissão. Se alguém entrar na sua vida, tem que saber como são as nossas vidas. Caso queiram fazer parte, têm de saber como funciona. Viajamos muito e ficamos bastante tempo ausentes. Nós que viajamos, já estamos acostumados com tudo isso, então é mais fácil. Para a pessoa que fica (família, namorada) é muito mais difícil. Mas como falei, se entraram nas nossas vidas, já vieram cientes de como somos. Afinal, viajar é a nossa profissão e temos que viajar para alcançar nossos objetivos e meta.
O que é o melhor e o pior de fazer parte do Tour?
Eu só vejo coisas positivas em esta no tour. Acredito que o sonho de qualquer surfista é estar entre os melhores do planeta, e se Deus te deu este dom e você é um deles, o que tem de ruim nisso???????
Ficou algo por dizer?
Gostaria de agradecer de coração ao pessoal do Surftotal pelo carinho e oportunidade de sempre. Fico super feliz quando me perguntam para fazer entrevista ou algo do tipo. Vocês me tratam super bem. Obrigado : )
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- Créditos fotos: Rita Neves