Prós e contras do Surf Ranch Pro
Têm a palavra os profissionais do desporto…
Digam o que disserem, não deixa de ser impressionante a onda idealizada e criada por Kelly Slater há uns anos atrás. Desde então uma equipa de técnicos tem vindo a aperfeiçoá-la, a afiná-la, até ao que vimos este último fim de semana e julgamos ser a versão 3.0 do Surf Ranch.
Não só entre os espetadores (nós), mas também entre os surfistas que compõem o World Tour, as opiniões multiplicam-se e dividem-se. Uns gostam, outros abominam-na. Foi dito que o desenrolar da competição foi francamente maçador e que o complexo de Lemoore se trata de um autêntico atentado ao meio ambiente. No entanto, as críticas focam-se, principalmente, no facto de não existir drama entre performances, de não existir aquela última onda nos últimos segundos que pode virar uma bateria, de ser um formato por demais previsível e monótono.
Houve quem dissesse que talvez tivesse sido cedo de mais, algo prematuro, a decisão de realizar a etapa do CT este ano, tendo especialmente em conta que há inovações a fazer e que o tamanho da onda ainda é pequeno para os parâmetros do “Dream Tour” (que já o deixou de o ser há muito).
Filipe Toledo, por exemplo, que foi um dos atletas em destaque, tem uma opinião contrária. “É insano. Definitivamente, a nova era do Surf. A tecnologia é insana. Esta é a onda com que todos sonhávamos. Estou grato ao Kelly e a todos que a criaram”, disse sem papas na língua.
Kolohe Andino, por sua vez, não gostou do julgamento e após uma última run acabou por explanar o seu descontentamento em palavras. Ao microfone da WSL, começou por dizer que os juízes fizeram “jogos mentais” com ele e acabaram por recompensar aqueles que apresentaram um “surf seguro e ficaram num tubo que não oferecia qualquer risco. Eu pensei que eles queriam ver atletas a arriscar tudo”.
Frustrado e claramente confuso, Kolohe ficou a décimas de se qualificar para o top 8 que iria disputar a final do Surf Ranch Pro. “Mas isto é o surf profissional, é a carreira que escolhi”, terminou por dizer o surfista de San Clemente.
Já Kelly Slater, que muitos acusaram de favorecimento no que toca a notas e que deixou no ar que não estará presente na perna europeia, abriu um pouco mais do véu: “Queremos muito construir secções com grandes rampas. Talvez várias na mesma onda para que os surfistas tenham que fazer algo em grande - nem que seja para aguçar o fator de diversão, o que seria bom para que as pessoas dissessem ’sim, fiz um aéreo de 2 metros de altura’. Para isso é preciso muito trabalho”.
Quando comparada com uma onda real, parece-nos que a onda em si é legítima, mas é claro que pode evoluir na forma e tamanho. Toda a gente parece ter uma opinião muito forte e sensível sobre este evento e esta onda, uns amam-na outros odeiam-na, mas a verdade é que ela veio mesmo para ficar (já está confirmada para 2019!).
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