Filipe Toledo vai ser campeão mundial
Em análise o bom momento de forma do brasileiro…
Filipe Toledo vai ser campeão mundial. A afirmação provoca, certamente, comichão a muitos e levará até a que sejam tecidos comentários pouco simpáticos. Por outro lado, muitos serão os que concordarão sem qualquer margem ou pontinha de dúvida.
Digam o que disserem, uma coisa parece evidente: nestes primeiros meses do ano o brasileiro está uma velocidade acima da concorrência e tem sido definitivamente o surfista a acompanhar, a seguir, o que mais se destacou no universo da WSL.
É certo que ainda faltam sete meses e seis etapas para selar as contas finais do circuito - neste momento disputa-se a quinta etapa -, mas Filipinho parece-nos, para já, o surfista mais bem preparado, o mais motivado, o mais seguro e aquele que tem o "surf mais no pé”.
“É na imprevisibilidade do seu surf que encontramos o fator mais interessante"
Com dois 13.º lugares (Bells Beach e Margaret River), um quinto (Gold Coast) e uma vitória (Rio de Janeiro), este até nem foi o arranque de ano mais forte que o vimos fazer. Para tal precisamos recuar até 2015 quando, nas quatro primeiras etapas, registou duas estrondosas vitórias (Gold Coast e Rio), um quinto (Bells Beach) e um 25.º lugar (Margaret River).
Ainda assim, depois do desempenho avassalador no Oi Rio Pro, nas praias da Barrinha e de Itaúna, onde, entre várias notas de 8 e 9 pontos, ainda encontrou espaço e tempo para assinalar um 10 (ver vídeo em baixo), parece-nos que não há volta a dar: vai ser campeão!
Já não testemunhávamos um domínio assim tão evidente desde julho do ano passado, durante o Corona Open J-Bay, que venceu frente ao português Frederico Morais, assinalando seis notas acima dos 9 pontos e duas de 10 pontos do primeiro ao último heat. Sem palavras…
Acontece que o surf de Toledo marca pela velocidade extrema, a rapidez de reação perante um obstáculo e a consistência das finalizações - seja a voar ou de fibra encostada na água. Ele é, seguramente, um dos melhores e mais completos surfistas da atualidade, se não o melhor, mas é na imprevisibilidade do seu surf que encontramos o fator mais interessante.
"Filipinho parece-nos o surfista mais bem preparado, o mais motivado
e aquele que tem o surf mais no pé"
Keramas, por seu turno, não começou da melhor forma, apesar de, aparentemente, ser o tipo de onda que joga a seu favor. Um primeiro heat que perdeu para o californiano Conner Coffin que depois emendou - com o sinal de alerta a soar - no Round 2 frente ao indonésio Oney Anwar. Mesmo assim, refira-se, um confronto difícil que só conseguiu superar nos últimos minutos e na última onda. Segue-se o havaiano Keanu Asing no Round 3.
Se será Filipe Toledo campeão mundial? Nós queremos acreditar que sim para que seja feita justiça. Mas, para evitar mal-entendidos, vamos aproveitar para fazer uma ressalva: pode acontecer não ser necessariamente ainda este ano.
Continua a acompanhar a performance do brasileiro, mais logo, a partir das 23h30, aqui.