Ainda há pouco tempo falámos da crise que a Pororoca atravessa, uma onda de maré (N.A.: As ondas em rios verificam-se quando a força de uma maré a encher viaja em direção oposta à corrente do rio. O resultado é uma onda de maré, fruto do choque das águas de um rio caudaloso com as ondas durante o início da maré cheia. A lua tem bastante influência neste fenómeno), um fenómeno natural muito pouco comum que tem lugar em apenas algumas zonas do globo. O rio Qiantang em Hangzhou, na China, o rio Ganges, na Índia, e a Pororoca na Amazónia, no Brasil, são muito provavelmente as mais conhecidas. 

O recorde da onda mais comprida já surfada na Pororoca, sem qualquer paragem ou interrupção, pertence ao brasileiro Serginho Laus que em 2003 a surfou ao longo de mais de 10 quilómetros. É obra… 

Ora, por cá, também temos a nossa “Pororoca”, adaptada, claro está, à dimensão e à realidade do país. É certo que não existem comparações, mas vale sempre a pena partilhar algo diferente como o que se passou um destes dias na Costa Vicentina. 

O episódio passou-se no Rio da Amoreira, em Aljezur. Quando a maré encheu, as ondas começaram a ser mais longas e estenderam-se até mais dentro do rio. Foi então que os irmãos Batista, Atamay e Halley, que vivem em Aljezur, não deixaram escapar a oportunidade de surfar a “Pororoca portuguesa”. O resultado da brincadeira está à vista...

Vale ainda mencionar que Halley Batista é um dos surfistas que competiu durante muitos anos na Qualifying Series tendo, por exemplo, vencido o Malibu Hyuga Pro em 2012, evento de 2 estrelas que se realizou no Japão. Na mesma prova, o "Cometa de Maracaípe" ainda se sagrou vice-campeão em Longboard.

As imagens são cortesia de Carlos Muriongo. 

Já agora, de seguida, aproveitamos para partilhar um vídeo datado de 2014, filmado por Álvaro Oliveira, com João Serafim, Ricardo Costa e Jeffrey Silva, que nos mostra surf no mesmo Rio da Amoreira durante a tempestade Hércules. Enjoy.