A janela do Moche Rip Curl Pro Portugal 2015 começa amanhã e prolonga-se até 31 de outubro. A etapa portuguesa é a décima do World Tour Championship da World Surf League - num total de onze - e pode mesmo definir o novo campeão mundial de surf. Para tal é preciso que se verifiquem certas e determinadas condições.

A espetacular vitória conseguida por Gabriel Medina na semana passada, em França, veio apimentar as contas do ranking e, embora ainda seja matematicamente possível aos nove primeiros classificados alcançar o título, este na verdade parece estar confinado aos seis primeiros da elite mundial: Mick Fanning (1º), Adriano de Souza (2º), Owen Wright (3º), Julian Wilson (4º), Gabriel Medina (5º) e Filipe Toledo (6º).

Gabriel Medina já não vencia uma prova do WCT há mais de um ano, mas quebrou o jejum precisamente no local onde conseguiu a primeira vitória de sempre entre a elite, em 2011. Com o fulminante desempenho nas ondas de Hossegor, o campeão mundial de surf em título voltou assim a entrar na luta pelo cetro embora se saiba que a missão é complicada face ao mau início de ano.

Para chegar em primeiro no final do ano, Gabi tem que vencer as duas próximas etapas e esperar que tanto Fanno como Mineirinho percam cedo na grelha competitiva. Não vai ser fácil, mas pode acontecer. No entanto, a reação que tem empreendido nos últimos tempos é de assinalar, bem como o facto de se ter tornado no surfista brasileiro que mais vitórias detém agora em etapas do World Tour. É que, com a conquista do troféu em Hossegor, o miúdo brasileiro regista agora seis vitórias na divisão máxima da WSL em oposição às cinco detidas por Adriano de Souza. E acreditem, isto não vai ficar por aqui…

Já as contas para Adriano de Souza, neste momento em segundo lugar no ranking com 49.450 pontos, são simples. Se vencer passa para a liderança e prolonga a corrida ao título para a arena de Banzai Pipeline (a ter lugar em dezembro). O brasileiro precisa sempre terminar à frente de Mick Fanning e esperar que este não avance muito na competição.

Em todo o caso, Adriano mantém-se fiel à imagem de surfista lutador que nunca desiste, construída ao longo de muitos anos a competir entre os melhores e ao mais alto nível, tendo conseguido na etapa francesa reduzir a diferença para o primeiro lugar (está agora a 450 pontos do topo da tabela). Em Peniche irá gozar da grande vantagem que é estar a competir em “casa”. É que, caso não se recordem, Mineirinho já venceu em Supertubos em 2011, frente ao 11x campeão mundial Kelly Slater, e conta, obviamente, com o incondicional apoio dos fãs portugueses.

Com duas etapas para o final de mais uma temporada, em jogo estão ainda 20 mil pontos… e existe mesmo a possibilidade de Mick Fanning (na foto) se sagrar tetracampeão mundial no CT português. Para que tal aconteça, o veterano australiano só precisa vencer a prova e esperar que Adriano de Souza não passe da ronda 3. Caso contrário, a decisão pelo título será adiada para o Havai.

Como será que vai ser então?

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Texto: AF // Fotografia: WSL/Poullenot