"O INVERNO MUDOU A COSTA”, ALERTA O PRESIDENTE DO IPMA terça-feira, 08 julho 2014 10:11

"O INVERNO MUDOU A COSTA”, ALERTA O PRESIDENTE DO IPMA

Jorge Miranda pede cautela face às alterações provocadas pelo Inverno rigoroso

 

O presidente do Instituto Português do Mar e Atmosfera, em declarações à agência Lusa, alertou para a necessidade dos frequentadores das praias se adaptarem às características do mar, que sofreram alterações depois das tempestades do último inverno em Portugal.

 

«É preciso que o comportamento das pessoas relativamente ao mar integre esta dinâmica,[e] se tivermos outros invernos agitados, têm de começar a perceber que, no verão, todas as praias são diferentes do que eram antes», começa por dizer o responsável do IPMA. “Há uma  diferença entre mar calmo e mar seguro”, continuou para de seguida alertar sobre alguns fenómenos perigosos e que facilmente passam despercebidos ao comum cidadão, como por exempto os agueiros.

 

Para que corra tudo pelo melhor é necessário “seguir as regras das autoridades que estão nas praias, e provavelmente tem de arranjar-se uma forma qualquer de aumentar o período da existência de nadadores salvadores. As pessoas têm de habituar-se a cumprir as normas, gerir a incerteza e ser capaz de viver numa situação de risco”, prosseguiu.

 

Apesar da existência de meios cada vez mais precisos na capacidade de previsão, e de tecnologias que podem minorar os efeitos destes fenómenos, o especialista em geofísica salienta que está na “responsabilidade de cada um”, saber ter comportamentos de segurança. O presidente do IPMA destaca a importância de “perceber que os apoios de praia têm de estar preparados para invernos rigorosos, que as praias, às vezes, podem ser maiores [outras vezes] mais pequenas”.

 

“Muitas vezes existe a ideia de que a praia não é particularmente perigosa, contudo morrem pessoas, morre muita gente, portanto há aqui comportamentos que têm de ser alterados, a ideia de que uma pessoa que nade mediamente se pode afastar da costa e isso não tem problema porque é sempre capaz de voltar, não é verdade”, insistiu Jorge Miranda.

 

As severas tempestades que abalaram a costa portuguesa terão causado mudanças de circulação costeira “aparentemente induzidas por mudanças da morfologia”. Terá sido uma massa de ar polar que provocou um fio acentuando na América do Norte e que ‘arrastou’ as tempestades até à costa europeia, onde fustigou a nossa costa, em particular no norte e centro do país. "As ondas eram muito grandes e, nestes casos, pode dar-se o transporte sedimentar, o fundo do mar altera-se e a areia é transportada de um lado para outro”, o que leva a alterações do relevo da parte imersa, que resultam em mudanças na dinâmica das ondas.

 

 

 

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