Katamaran esta terça feira ao largo da Póvoa de Varzim Katamaran esta terça feira ao largo da Póvoa de Varzim Surftotal terça-feira, 23 setembro 2025 21:14

Mistério resolvido: orcas não atacam barcos, estão apenas a brincar

Orcas nos mares de Portugal: comportamento curioso, não agressivo...

 

Nos últimos anos, os relatos de orcas a interagir com embarcações têm-se multiplicado, gerando receio entre velejadores e navegadores em várias partes do mundo. Em Portugal, um caso recente ganhou particular atenção quando uma embarcação de recreio acabou por afundar após um destes episódios.

Até agora, muitos acreditavam que estas situações estariam ligadas a comportamentos agressivos, defesa territorial ou confusão com presas. No entanto, um novo estudo internacional aponta noutra direção: trata-se, sobretudo, de curiosidade e comportamento exploratório, em grande parte motivado pelo leme em movimento.

Um “brinquedo” subaquático

De acordo com especialistas como Renaud de Stephanis, presidente do CIRCE (Centro de Conservação, Informação e Pesquisa sobre Cetáceos, em Espanha), e Clare Andvik, bióloga da Universidade de Oslo, o que acontece ao largo da Península Ibérica não pode ser classificado como ataques no sentido tradicional.

As orcas parecem interessar-se especialmente pelo leme, cuja vibração e resistência despertam nelas uma resposta lúdica, comparável a um jogo de cabo-de-guerra. “Para as orcas, é quase como se fosse um brinquedo”, explica Andvik.

O caso mais recente em Portugal

No dia 13 de setembro de 2025, ao largo de Lisboa, uma embarcação acabou por afundar após interações repetidas com orcas. Apesar dos danos materiais, todos os tripulantes foram resgatados em segurança, sem feridos a registar.

Como agir em situações semelhantes

Os investigadores recomendam que, perante a aproximação de orcas, as embarcações mantenham velocidade constante, evitando parar ou criar movimentos bruscos no leme, que apenas reforçam o interesse destes animais. Sempre que possível, deve-se recorrer ao motor e dirigir-se para zonas costeiras mais rasas, onde a presença de orcas é menos comum.

 

Katamaran esta terça feira em aguas pouco profundas ao largo da Póvoa de Varzim 

Predadores potentes, mas não inimigos

Embora as orcas sejam capazes de caçar presas de grande porte — desde focas a tubarões-brancos — e atinjam velocidades até 56 km/h, não veem os humanos como alimento. Os cientistas sublinham que os riscos para as pessoas são mínimos, exceto em situações muito específicas, como estar na água durante uma caçada.

A nova perspetiva ajuda a desmistificar a ideia de “ataques” e reforça que estas interações fazem parte da inteligência, curiosidade e complexidade social das orcas, mais próximas do jogo do que da agressividade.

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