....falecido esta semana, era um entusiasta declarado do surf como instrumento de alegria, transformação social e comunhão com o oceano. A ligação do Sumo Pontífice à cultura do surf surgiu através da organização Scholas Occurrentes, fundada por ele mesmo na Argentina antes de chegar ao Vaticano, e que estabeleceu parcerias com projetos como Surfers Not Street Children e o Tofo Surf Club em Moçambique.

Durante um congresso de paz no Vaticano em 2016, Francisco recebeu uma prancha de surf personalizada, e assinou uma segunda como oferta simbólica “a todos os surfistas do mundo”. Esta iniciativa nasceu após o Papa tomar contacto com projectos sociais que usavam o surf para ajudar crianças em contextos vulneráveis a encontrarem rumo, disciplina e alegria através das ondas.

O seu entusiasmo por esta forma de expressão tão livre e ligada à natureza ganhou destaque, e muitos lembram que, na sua visita a Portugal em 2023, durante a Jornada Mundial da Juventude, o Papa apelou à juventude que fosse “surfista de coração” — uma metáfora para viver com coragem, equilíbrio e liberdade, enfrentando os altos e baixos da vida com fé e alegria.

Ao longo dos anos, Francisco destacou-se pela sua visão inclusiva e progressista, valorizando o desporto como veículo de transformação social. No surf, viu mais do que um desporto — viu um caminho de comunhão entre o ser humano e o planeta.