O Caparica Surf Fest 2025 está de regresso à Costa da Caparica. De 15 a 19 de abril, a Praia do Paraíso volta a receber a etapa mais decisiva do World Qualifying Series (WQS) e é em terras lusas que serão coroados os campeões europeus, bem como ficarão fechadas as contas para as vagas do Challenger Series (CS).

Nesta última etapa da qualificação europeia, estarão assim em prova os melhores surfistas europeus na luta pelo título. Com uma década de história de Caparica Surf Fest, está já bem solidificada a relação entre a WSL e a autarquia de Almada. A Caparica é já vista como uma das paragens obrigatórias para a WSL, graças aos vários quilómetros de ‘beachbreak’ e uma enorme variedade de condições para a prática da modalidade.

“É uma alegria estar aqui a fazer mais um lançamento desta prova, são dez anos de evento. A Costa da Caparica é cada vez mais uma terra de surfistas. Esta aposta que temos feito de crescer mais é uma aposta natural. A praia da Caparica já é a praia do país com mais prática de surf, e por isso agradeço muito às escolas de surf. A Câmara continua muito empenhada a dar continuidade a este trabalho, queremos dar cada vez mais condições e fazê-lo de uma forma consistente e coerente”, disse a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros.

Sendo esta a última etapa do QS Europeu, traz claro decisões importantes. Além do título europeu é ainda crucial para as contas do Challenger Series (CS). “É a consolidação deste evento e a prova de que esta praia é super consistente. Há sempre ondas na Caparica, e as vagas começam a apertar para o Challenger Series que é atualmente o circuito mais competitivo a nível mundial”, acrescentou Francisco Spínola, diretor-geral da WSL para a Europa, África e Médio Oriente.

Na Caparica estarão assim os melhores atletas europeus, à procura de vaga para o Challenger Series (CS). No masculino será uma etapa WQS 3000, e em jogo estão 7 vagas. No feminino, o 1.º lugar vale 1000 pontos, e há 4 vagas em disputa.

Jorgann Couzinet lidera o ranking e à chegada a Portugal quer, claro, manter a posição e conquistar o título novamente. “É algo que quero muito, porque o meu último troféu foi em 2019. E também foi um evento especial na Caparica... Já o ano passado, não foi assim tão bom... parti o tornozelo. Mas sempre que venho divirto-me muito. Quero muito levar o troféu para casa”, disse, na conferência de imprensa, o francês de 31 anos que vem de vitória na etapa de Marrocos.

No top masculino há ainda que ter em conta a presença do português Afonso Antunes. Atualmente no 3.º lugar, e depois de ter conquistado a primeira vitória de um QS esta temporada, quererá brilhar também nas ondas portuguesas.

Quem também ainda está matematicamente na corrida por uma vaga é o bicampeão nacional Guilherme Ribeiro. Atualmente no 19.º lugar, mas com possibilidade de chegar a uma das 7 vagas em jogo, compete em casa depois de, no ano passado, ter alcançado um 5.º lugar nesta etapa. “O ano passado foi especial, obtive um resultado suficiente para me qualificar para o Challenger, e este ano tenho de obter também um bom lugar. Estou aqui para ganhar, é a minha casa, onde treino quase todos os dias, acredito que vai tudo correr bem”, disse o surfista de 23 anos local da Caparica.

O Caparica Surf Fest 2025 vai contar ainda com a presença de Frederico Morais, que está de regresso à competição, após lesão, e depois de ter entrado como Wildcard MEO na etapa do World Tour em Peniche. “Sinto-me muito melhor, é quase dia a dia, vou sentindo a evolução. Não só física, mas psicologicamente, com certos medos em certos movimentos dento de água. Vai saber bem vestir a licra, sentir aquela ansiedade de competir” disse o surfista do Guincho que esteve entre a elite do surf em 2017, 2018, 2021, 2022 e 2024.

No feminino, Francisca Veselko é a melhor portuguesa do ranking. Atualmente no 2.º lugar, a surfista de 21 anos de Carcavelos que venceu a etapa anterior, em Marrocos, disse que quer, acima de tudo, manter a consistência. “Quando fui para Marrocos estava em 6.º e era um campeonato muito importante. Consegui vencer... estou numa boa posição para a qualificação, mas não quero relaxar. O objetivo é manter a consistência. Estou motivada, o objetivo é estar no World Tour por isso vou continuar a dar tudo” disse Francisca que foi campeã mundial júnior em 2022.

O top feminino conta ainda com Teresa Bonvalot. A surfista de Cascais, que no ano passado venceu esta etapa da Costa da Caparica, segue atualmente no 5.º lugar do ranking, a uma posição da tão desejada vaga para o Challenger.

Maria Dias, campeã nacional sub-18, é wild-card nesta prova e quer, claro, obter o melhor resultado na sua praia. “É uma grande oportunidade surfar com as melhores atletas da europa, em minha casa, na Caparica, e vou competir sem pressão. Ter treinado aqui estes anos todos, e ter tido aqui muitas competições é algo que também me conforta”, disse a jovem surfista da Costa da Caparica, que soma também títulos no judo.

Ano após ano, Portugal continua a ocupar um lugar de destaque como motor para a promoção do surf e o Caparica Surf Fest é exemplo disso. Com uma forte presença portuguesa: em prova estarão 23 surfistas lusos.

Entre os atletas em prova no masculino estão 14 portugueses: Frederico Morais, Afonso Antunes, Guilherme Ribeiro, Francisco Ordonhas, Francisco Queimado, Tiago Guerra, Joaquim Chaves, João Mendonça, Matias Canhoto, Luís Perloiro, Martim Nunes, João Roque Pinho, Jaime Veselko e Salvador Alves.

No feminino, são 9 as surfistas em competição: Francisca Veselko, Teresa Bonvalot, Mafalda Lopes, Gabriela Dinis, Constância Simões, Lua Escudeiro, Maria Dias, Maria Salgado e Camila Cardoso. 

Nunca esquecendo o passado, este é um evento que começou em 2015, na altura como Pro Júnior, crescendo depois para QS 1000, e agora 3000. Hoje em dia surge como a mais importante etapa do WQS. Mas Caparica Surf Fest é mais, é ainda um festival que recebe eventos paralelos, como aulas de surf grátis, uma competição de skate e aulas para todos os visitantes.