Após inscrever-se no evento QS em Marrocos, Vasco Ribeiro descobriu que a sua suspensão por recusar um teste antidoping ainda estava em vigor.

Depois de vários anos sem competir, parecia que Vasco Ribeiro ia finalmente concretizar o seu desejo, como a Surftotal anunciou após comunicado oficial ler aqui. As entidades responsáveis permitiram-lhe inscrever-se num evento regional do Qualifying Series, no point break marroquino. Mas, de repente, tudo ficou sem efeito.

Vasco Ribeiro, uma das maiores promessas do surf nacional. Foi Campeão Mundial Júnior da WSL em 2014, recebeu cinco wildcards para competir no Championship Tour em Peniche e Campeão Nacional de Surf por diversas vezes.

Contudo, a sua trajetória sofreu um grande revés quando, em abril de 2022, quando Vasco se recusou a realizar um teste antidoping, violando as regras da Associação Internacional de Surf (ISA). Em 2023, a Divisão Antidoping do Tribunal Arbitral do Desporto baniu-o de todas as competições. Vasco recorreu da decisão, mas sem sucesso. O tribunal também anulou todos os seus resultados desde 17 de abril de 2022 (data em que deveria ter realizado o teste), incluindo um segundo lugar num QS 3.000 em Portugal.

A suspensão impede-o de competir em qualquer evento sancionado pela ISA e pela World Surf League (WSL) até julho de 2026. No entanto, a ISA terá dado o seu consentimento para que ele competisse no Pro Taghazout Bay, em Marrocos, uma vez que o evento não tinha impacto na qualificação olímpica.

“Muito grato à WSL”:

Há uma semana, quando soube que poderia competir em Marrocos,Vasco enviou um comunicado aos media, o qual foi publicado pela surftotal e escreveu uma mensagem emotiva no Instagram, agradecendo à WSL e referindo o esforço que fez para superar os desafios pessoais que levaram à sua suspensão.

"Estou muito grato à WSL por esta oportunidade de voltar a fazer o que mais amo, que é competir", escreveu. "Quero aproveitar esta oportunidade para me superar e provar a mim próprio que sou capaz de continuar ao mais alto nível.

"Passei por um período muito difícil com a dependência, que me obrigou a reaprender a organizar a minha vida e a viver sem drogas. É um processo contínuo e um compromisso diário, mas, com o apoio da minha família, amigos e profissionais, consegui reerguer-me e reencontrar-me."

E concluiu: "Se a minha jornada puder inspirar ou ajudar alguém a perceber que há sempre um caminho de volta, então todo este esforço terá valido a pena. Agora estou ansioso por vestir a licra e voltar a competir."

Suspensão reafirmada à última hora:

No entanto, na sexta-feira, um dia antes do evento começar, Vasco que já se encontrava em Marrocos, recebeu um comunicado da WSL a informar que continuava suspenso de competir. A liga anunciou que irá cobrir os custos de viagem e inscrição do surfista português.

Quanto ao motivo da decisão, a WSL divulgou:

"Após mais conversações com a Associação Internacional de Surf, a WSL determinou que Vasco Ribeiro não poderá competir no próximo evento da WSL em Marrocos. A WSL está atualmente a analisar esta situação para determinar se a suspensão imposta pela ISA se aplicará a todos os eventos da WSL."

Um duro golpe para Vasco, que certamente estava ansioso por enfrentar as direitas perfeitas de Tagazout.

"A WSL, enquanto entidade independente da ISA, garantiu-me que eu era elegível para este evento", disse Vasco. "No entanto, numa decisão de última hora, sem me dar qualquer oportunidade de resposta, a WSL reverteu a sua posição com base em novas informações e na pressão da ISA."