No dia 14 de Maio, poderás ver a Nazaré pelos olhos do fotógrafo Ricardo Bravo quarta-feira, 11 maio 2022 09:40

No dia 14 de Maio, poderás ver a Nazaré pelos olhos do fotógrafo Ricardo Bravo

 A partir das 15h, no Forte S. Miguel Arcanjo.

 

 

No próximo sábado dia 14 de Maio, vai inaugurar no Forte S. Miguel Arcanjo na Nazaré a exposição fotográfica "Deste Mar da Nazaré", do conceituado fotógrafo de surf Ricardo Bravo. A exposição conta com música de Rodrigo Leão, e a curadoria está a cargo de Luís Mileu.

Ricardo Bravo começou a fotografar o oceano aos 16 anos, e hoje vive e tem um estúdio em Paço de Arcos. Fotografa ao redor do mundo, mas guarda sempre um especial carinho pela costa portuguesa, e em particular pela Praia do Norte. Descreve a sua relação com o local como "antiga, contraditória, verdadeira" - local esse onde viu "magnificas" e "aterradoras" ondas, onde presenciou "um amigo morrer e regressar". 

A exposição consiste em menos de uma dezena de fotografias seleccionadas de milhares delas, que o fotógrafo foi coleccionando ao longo dos anos. 

 

 

 

 

 

 

O jornalista Mário Galego faz o seguinte texto de apresentação sobre a exposição: 

"Quantas vezes teremos de enfrentá-lo e deixar que nos molhe, guardando cada salpico de maresia que nos rejuvenesce o rosto, para que consigamos saber o que somos? (...) É preciso deixar que os olhos naveguem pelos serenos impulsos que formam a pele, subindo, descendo, até que se revele.


É um tremor permanente, como se fosse um quadro de Turner, mas aqui não há imaginação que fixe o que está além. (...) Do lugar onde o avistamos, grande e tempestuoso, nem sempre sabemos o que nele vem. Há uma suspeição permanente no ondulado que se esconde numa grande fossa. Os traços indizíveis que se soltam no ar, riscando os ventos. Constroem-se sombras que têm por dentro certos rugidos indecifráveis. E nem sempre é a mesma rebentação. Não há uma espuma igual à outra. (...)


São esses olhos com que fixamos as imagens de Ricardo Bravo. Imagens que não nos são indiferentes. E mesmo parados a olhá-lo, impresso em tela, arriscamos a ter de novo o receio com que o enfrentamos. É uma viagem que nos obriga a parar e a suspender o tempo, como se as próprias ondas interrompessem o período da vaga, para que pudéssemos procurar significados para o que somos. Água. Partimos dela e aqui voltamos.


E quando fechamos brevemente os olhos, perguntamos de novo, quantas vezes teremos de dizer medo para que o medo deixe de existir? Quantas vezes teremos de olhá-lo para que ele nos consuma e se torne no nosso paraíso?"

 

 

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