Mais de um mês após a guerra ter eclodido na Ucrânia, que não vê fim à vista, Portugal tem recebido um grande número de pedidos de proteção temporária e acolhido milhares de refugiados. Entre eles está Andrii Afanasiev e a sua família. Antes de imaginar que, por força das circunstâncias, Portugal viria a servir de teto, já sonhava em conhecer as ondas da Nazaré.

Andrii Afanasiev, de 40 anos, é fotógrafo e a mulher fisioterapeuta. Deixaram para trás a casa em Kharkiv, na Ucrânia, com um único objetivo: salvarem-se e à sua filha. Afanasiev não ousou retratar o sofrimento que se passavam diante dos olhos no seu jardim por isso guardou a câmara e partiram.

Estão instalados numa aldeia de Sintra e procuram agora refazer os planos de vida que foram interrompidos, ainda que aos soluços. “Onde vivemos, não temos jardim de infância ou parque infantil para a nossa filha. É difícil começar a trabalhar quando um filho está sempre connosco”, contou à CNN Portugal.

“Falavam-me da beleza da natureza. E, basicamente, da beleza das pessoas. E um dos meus sonhos, quando vivia em Kharkiv, era visitar a Nazaré para ver as ondas gigantes. E estou aqui”, disse na mesma entrevista. “Ainda não vi as ondas. O carro ficou estragado e precisa de uma pequena reparação. Quando for arranjado, vou visitar a Nazaré”, acrescentou.

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Tatuagem de Andrii Afanasiev | Créditos de imagem: CNN Portugal