"Mais vale perder a arriscar" - a emocionante entrevista de Jéjé Vidal no Go Chill Stay Chill
Jéjé Vidal falou sobre vitórias e derrotas, na competição e na vida.
O surfista são-tomense Jéjé Vidal foi entrevistado por Yolanda Tati e Rodrigo Gomes, os hosts do programa Go Chill Stay Chill. Em cerca de 15 minutos, o atleta viajou do seu lado mais divertido ao mais emocional, partilhou histórias pessoais, reflexões sobre foco e determinação, e tocou o coração dos apresentadores.
Jéjé explica que não esconde coisas sobre a sua vida, e que falando sobre ela pode ajudar alguém em situações semelhantes a saber o que fazer ou a não cometer os mesmos erros. Ao longo desta entrevista, vemos precisamente que não tem problemas em partilhar o que pensa e sente. O atleta reflecte sobre a importância do foco e da persistência na competição, e do quanto não gosta da sensação de perder um heat por ter tido medo de arriscar. Por falar em perder, explica também a importância de saber aguentar uma derrota, dizendo "vamos ganhar 10%. 90% vamos perder", e é preciso manter a motivação e aprender com isso. "Vou perder, mas vou tentar aprender alguma coisa".
Surfista, modelo, "mini-jardineiro" e apaixonado por desenho, Jéjé conta que desde sempre gostou de ser fotografado, e recorda como esse gosto se transformou em profissão, quando fez uma sessão para a Vogue. Na jardinagem, tem especial carinho pelas rosas, e quanto ao desenho privilegia o carvão, um material talvez surpreendente por ser pouco usual, mas que vem carregado de memórias da infância de Jéjé.
A conversa começou a ficar mais séria quando o surfista falou sobre os desafios que atravessou na sua vinda para Portugal, e na dificuldade que foi deixar a sua família e desenrascar-se sozinho num país novo. Destaca uma surfada em Ribeira D'Ilhas em que chamou a atenção, não só pela qualidade do seu surf mas por ser um dos raros surfistas negros no line-up português. Entre os olhos que se voltaram para ele estavam os de João Macedo, uma das pessoas que o ajudou desde que se mudou para cá.
Jéjé também usa o surf como uma forma de fazer algo pelos outros sempre que pode, e deu como exemplo uma viagem a São Tomé em que levou várias pranchas de surf para distribuir entre as crianças de lá, e também uma t-shirt do Sporting que levou às lágrimas o rapaz que a recebeu. Já emocionado, o surfista lamenta a falta de oportunidades para as crianças no seu país de origem. A entrevista termina com um abraço sentido entre Jéjé e Yolanda Tati.
Podes ver e ouvir a conversa na íntegra no vídeo abaixo: