NASA divulga imagens das ondas gigantes da Nazaré vistas do espaço (Lauren Dauphin / earthobservatory.nasa.gov) quinta-feira, 17 março 2022 11:07

NASA divulga imagens das ondas gigantes da Nazaré vistas do espaço

No dia em que António Laureano talvez tenha batido o recorde de maior onda surfada.

 

 

No dia 29 de Outubro de 2020, o big rider português António Laureano, que na altura tinha apenas 18 anos, apanhou uma onda na Nazaré cuja altura estimada pela Universidade de Lisboa era de 30,9 metros. Se este número se confirmar, Laureano bate não só o recorde de Rodrigo Koxa, que em 2017 apanhou uma onda de 24,4 metros, como também fica acima de Vinicius dos Santos e Lucas Chumbo, que estão na corrida com ondas de 29.68 metros e 29.67 metros, respectivamente. 

 

Para quem nunca presenciou um dia de inverno na Nazaré, apenas a referência numérica pode não chegar para dar conta da magnitude destas ondas, mas a questão pode ser colocada de outra forma: são ondas tão grandes que podem ser vistas do espaço. E a NASA partilhou imagens de satélite do dia em que Laureano apanhou essa onda. Os meses de inverno na Nazaré costumam produzir ondas superiores a 15 metros, mas o dia 29 de Outubro de 2020 foi agravado pelo furacão Epsilon, e por isso a ondulação foi ainda maior. 

 

Nazaré a 29 de Outubro de 2020. (Lauren Dauphin / earthobservatory.nasa.gov)

 

 

 

A NASA divulgou também uma imagem do dia 5 de Fevereiro deste ano, e o contraste entre as duas ajuda-nos a compreender a verdadeira dimensão da ondulação de 2020, e o quanto se destaca de um dia normal de inverno na Nazaré. Abaixo pode-se ver a imagem capturada este ano, e através deste link podem-se ver as duas imagens sobrepostas, de forma a evidenciar todas as diferenças. 

 

 

Nazaré a 5 de Fevereiro de 2022. (Lauren Dauphin / earthobservatory.nasa.gov)

 

O oceanógrafo da Universidade do Porto José da Silva, explica que a linha branca paralela à costa é a espuma produzida pelas ondas, e, apesar de visível nas duas imagens, é muito mais aparente na imagem de 2020. Quanto à área esverdeada que se vê na imagem de 2020, o oceanógrafo acredita que são os sedimentos do fundo do mar, re-suspensos pelas ondas antes e depois da rebentação. Essa área estende-se a cerca de 10 quilómetros de distância da costa. 

 

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